de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Abril , 2008, 21:09

Na Páscoa, ofereceram-me um folar caseiro. Digo caseiro porque foi feito em casa, ao natural, em forno de lenha, como é hábito entre nós. Toda a família gostou e até o elegeu como o melhor que se comeu à nossa mesa. Quando demos os parabéns a quem no-lo ofereceu, logo a ofertante adiantou que, este ano, se limitou a orientar as operações, já que a filha e a nora apostaram em aprender. Bom exemplo.
Face a este exemplo, e porque é importante manter as tradições, lembrei-me de sugerir, o que faço por esta forma, ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que promova, na próxima Páscoa, a confecção de folares, na Casa Gafanhoa, já que forno ela tem.
Se isso acontecer, lá estarei para recordar os folares que minha mãe fazia. Sempre me há-de calhar um!

FM

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Abril , 2008, 19:40
Celebra-se hoje o Dia Internacional do Livro Infantil. Mesmo sem tempo para reflectir sobre o tema, não quero deixar em branco este espaço, nem perder a oportunidade de dizer alguma coisa, por mais simples que seja. Para já, devo sublinhar que este Dia Internacional deve levar-nos a pensar nas crianças, que precisam de criar hábitos de leitura. Sem esse hábito, não teremos leitores no futuro, sendo certo que os livros ainda são uma extraordinária fonte de saberes e de prazeres.
Quando vejo tantas crianças e jovens dominados pela TV e pela Net, pondo de lado os livros, fico a pensar no futuro de quem está a crescer. Ensinados ou treinados na utilização da Internet, onde facilmente catam os conhecimentos de que necessitam, sem grande esforço nem reflexão, penso que não chegarão longe. Vida fácil nunca enriquece ninguém.
Há, pois, que cultivar nas crianças o gosto pelos livros, onde as histórias, os contos e a poesia têm outro sabor.

FM

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Abril , 2008, 19:20

Em período nenhum da nossa história, pelo que sei, se praticaram tantos e tão grandes ataques e desconsiderações em relação à família, como no tempo presente. Ainda há muita gente entre nós a viver de um ódio inconsistente e doentio, que colou valores fundamentais a sistemas políticos transitórios. A trilogia Deus, Pátria e Família continua a ridicularizar-se, como reminiscência de uma realidade fascista a abater.
Sem qualquer discernimento crítico sobre o que poderia ter sido exagerado e redutor nos referidos sistemas e o que constituía preocupação por defender e promover realidades e valores a respeitar e fontes inspiradoras a defender para segurança e bem da vida pessoal e comunitária, abriu-se caminho ao “bulldozer” arrasador de tudo o que parece a alguns ser património nefasto de um passado recente, que se quer renegar, mas acerca do qual não se procurou aprofundar nem a sua história, nem o seu sentido.
O ódio e a incultura, pela cegueira que comportam, são sempre inimigos da sociedade.
Os novos corifeus do poder político, que dizem emanado de um povo que não ouvem nem respeitam, e os do poder intelectual, narcisistas, que pararam no século das luzes, dizem-se, na sua maioria, em relação a Deus, agnósticos, à Pátria, estrangeiros, à Família, indiferentes. Tomam posturas cegas ao dizerem que só lhes interessa quem concorda com eles, não se importam, perante interesses pessoais e ideológicos, de negar hoje o que afirmaram ontem, ou de se manifestarem, com manha e hipocrisia, de acordo com tudo e com todos, se deste modo esperam tirar maior proveito.
As ideologias esvaziaram-se, a palavra já não é de honra, o povo é o seu grupo de apoiantes, a verdade e os valores universais relativizaram-se, quem diverge é inimigo, quem apoia espera favores, quem pensa está fora da realidade, quem não pensa é promovido… A vida política entrou em descrédito, os arrivistas invadem a rua e não só a rua, o programa da terra queimada vai alastrando, multiplica-se o número dos dogmáticos entre os que sempre reagiram a dogmas, o projecto é de mais jogos e menos pão, renasce o ditado de que “com bolos se enganam os tolos”. Parece que o céu se foi fechando, o sol deixando de iluminar, aumentando o clamor do “salve-se quem puder”.
Instala-se, assim, um clima que fere de morte instituições básicas e mata o interesse das pessoas sérias em relação ao serviço público à comunidade.
A visão parece catastrófica. Porém, nunca a esperança se desvanece em quem acredita que a morte já foi para sempre vencida. Mais se trata de um grito que convida a acordar, a agir, a ler a realidade com os ventos perigosos que traz no seu seio, do que de um pregão de desgraça, que convida a desistir, fugir da convivência, ou mesmo a emigrar.
Uma situação cheia de consequências, que gera preocupação e suscita repulsa, está à vista na destruição programada da família. À revelia da Constituição, do bem senso e do respeito pelos outros, deixou de ser considerada fundamento da vida em sociedade e espaço indispensável da dignificação e humanização dos seus membros, mormente dos mais indefesos, sejam eles crianças ou idosos. Os legisladores, apoiados numa votação favorável, por demais garantida, voltaram-se para a presumível solução e satisfação de casos e interesses individuais, para o caso de muitos deles, os seus próprios interesses.
Haja em vista o que acontece em relação ao divórcio. A pretexto de uma solução possível, ainda que sempre manca, de alguns problemas graves que, infelizmente, não faltam, as leis que aí temos denunciam que a família é uma ilusão e um prejuízo, a que não vale a pena dar qualquer atenção. Até se beneficia com isso. Ante os devaneios de quem casou, sabe-se lá porquê, sem dar sentido de responsabilidade ao acto, põe-se-lhe ali à mão, ao lado do “pronto-a-vestir”, o “divórcio na hora”. Favor a quem não quer lutar e castigo a quem diz que família é coisa séria. Voltarei a este tema, que o pano dá. Mas, ao menos, temos um Portugal mais moderno e mais considerado fora de portas!...

António Marcelino
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Abril , 2008, 19:16

A revolução da r(el)acionalidade

1. Os tempos actuais servem a cada semana novas tecnologias de comunicação. Cresce a olhos vistos a oferta de consumíveis prodigiosos, que dão para falar, escrever, fotografar, filmar, enviar, comprar, aceder à internet… É a revolução digital em veloz andamento, todavia, a reclamar a correspondente fronteira de convivência e mesmo da privacidade. As diferenças e diversidades de pensamentos e vida vão-se aproximando, a um ritmo que precisa da “racionalidade” como farol de referência. Mas não chega uma racionalidade “fria”, técnica, instrumental, empírica. Seja uma racionalidade humana como capacidade de pensar crítica e criativamente sobre a vida, os outros, as coisas, a Verdade. Para esta “aventura” decisiva à edificação de um futuro comum no mundo actual a “inteligência emocional”, envolvente de toda a pessoa e aberta a todas as pessoas, será o guia para se chegar a esse bom porto.
2. Há muita inteligência, hoje tornada tecnologia, que, ampliando mil potencialidades de alcance e rapidez, todavia, vive “enferma” pois na sua aplicação real revela a incapacidade de aceder à raiz humana comunitária, e amplia mesmo as desigualdades. Muitas vezes, ao mesmo tempo que vemos crescer os instrumentos, é um facto, vemos diminuir as “presenças” nos (e dos) interesses solucionadores das preocupações do bem comum. Se a época é de nova “revolução científico-racional”, teremos de conjugar os factores em ordem a uma visão relacional de tudo. Esta apresentar-se-á hoje como eixo decisivo, mesmo em ordem ao entendimento dos povos.
3. Nesse pressuposto relacional abrangente, já as finalidades adquirem outro alcance. Não se tratará de uma “razão” qualquer, fechada sobre si mesma, em modelos marcadamente teóricos, “fora da história”. Como “seres em relação” que todos somos, a própria ordem dos conhecimentos e da inteligência reconvertem-se no ideal de serviço à humanidade concreta. À medida que o conhecimento do profundo das culturas vai chegando à luz do dia global, ergue-se com maior premência o desafio do acolhimento das diferenças que, não desrespeitando a “dignidade humana” (patamar de referência comum), haverão de ser apreciadas e integradas na sua diversidade.
4. Não chegam meramente as “respostas antigas”, pois os desafios da proximidade são novos. A globalização em exercício vive-se à descoberta, não traz consigo as fórmulas solucionadoras de todos os problemas. Não será uma questão de tecnologias; essa já atingiu patamares admiráveis ao pôr-nos em contacto uns com os ouros. Será uma questão de Humanidade. A assunção do diálogo intermulticultural (acima de um “refrão” mas como existência social) será uma das chaves de leitura inclusiva daquilo que será cada vez mais a hiperconfluência (por vezes desordenada) de informação. É por isso que uma cidadania activa na base dos direitos humanos pode ordenar criativamente o encontro de uma “razão” que é chamada à “relacionalidade”.

Alexandre Cruz

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Abril , 2008, 12:17

“Não tenhais medo” – foram estas as primeiras palavras que, no já longínquo dia 16 de Outubro de 1978, o Cardeal polaco Karol Wojtyla proferiu, da varanda central da Basílica de São Pedro, em Roma, logo que foi eleito, pelo Conclave Cardinalício, sucessor do Apóstolo Pedro, tomando, a partir daí, na a sua missão pontifícia, de quase 27 anos, o nome de João Paulo II.
No dia em que se celebra o terceiro aniversário da sua ida para a “casa do Pai”, pelas 20.37 horas, daquela noite, fria e húmida, do dia 2 de Abril de 2005, nos seus aposentos, no Vaticano, creio, firmemente, que a necessidade de deixar falar a memória de cada homem de boa vontade, e, em particular, a de cada cristão, se sobrepõe a tudo aquilo que já se disse e continuará a dizer desta personalidade invulgar, que tantas marcas deixou no mundo, do século XX, e que, segundo a vontade e os desígnios de Deus, continuará a fazer parte integrante da herança espiritual dos homens dos tempos vindouros.
”Não tenhais medo” – eis a frase chave de todo o seu pontificado, na medida em que ela contém, em si mesmo, a ideia estrutural de um programa de acção e uma fonte de inspiração para o seu múnus de Pastor.
Neste dia de saudade fraterna, de um homem justo e bom, o melhor tributo que se lhe pode prestar é o sermos capazes de transformar a sua memória passada em memória presente, actualizando-a e testemunhando-a, com a coragem e a determinação necessárias, para que, sem medos e preconceitos, o mundo acredite que o futuro só se constrói através da bondade e do amor dos homens que, amando, dão tudo de si aos outros, por amor a Cristo, até ao limite das suas forças e do seu sofrimento humano.
A memória dos homens bons jamais pode ser uma caixa de recordações, muito menos uma caixa fechada, que abrimos de tempos a tempos, como se de um ritual obrigatório e marcado pelas folhas do calendário se tratasse, para proveito e consolo pessoal, num certo dia ou momento.
É urgente que o mundo compreenda que a memória dos homens bons e justos é um poço de frescura e de sabedoria inesgotáveis, sempre disponível, sem privilegiados ou excluídos, capaz de apontar o futuro e abrir o coração ao compromisso evangélico com o nosso semelhante.
Recordo as palavras proferidas por João Paulo II, aquando da sua derradeira visita a Portugal, no dia 12 de Maio de 2000:
“Ao início da minha visita, exprimo a minha profunda estima e afecto a todos os portugueses, a quem desejo um futuro de paz, bem-estar e prosperidade, prosseguindo na senda das suas tradições e valores pátrios mais genuínos, que assentam no cristianismo. Que Deus vele sobre todos os filhos e filhas desta Terra de Santa Maria. Deus abençoe Portugal.”
Palavras de vida autêntica para todos e de desafio ao nosso futuro e à nossa coragem, enquanto povo e nação, que – como disse João Paulo II – deve ser fiel aos valores da paz, do bem estar e da prosperidade e um convite para não termos medo das rupturas, não entrarmos nos falsos consensos nem promovermos a mediocridade.
Celebrar João Paulo II é, sobretudo, saber encontrar nas suas palavras novos desafios, no seu exemplo a bússola para ir mais além, na sua memória a inspiração para a nossa vida.

Vítor Amorim
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Abril , 2008, 11:58

O meu coração
é um coração de menino
Nele cabem os amores
de um mundo pequenino

Meu coração de menino
Meu coração pequenino
com tantos amores
como ficas dividido

Para que me serves
meu coração atrevido?

Orlando Jorge Figueiredo
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