de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Domingo, 06 Janeiro , 2008, 18:17


O Mundo em Aveiro

1. A quadra das festas natalícias e de ano novo também nos ajudam a conhecer e reconhecer os horizontes alargados de Aveiro. Do Natal de 25 de Dezembro ao de 6 de Janeiro (Natal neste dia Celebrado entre nós na Comunidade Ortodoxa de Aveiro), a mobilidade humana trouxe até nós, pelas variadas razões, gentes de todo o mundo. Todo o ano estão connosco, mas nas alturas das festas damos por isso de forma mais clara. Uma cidade e região cosmopolita que muito deve aos que foram e vão rasgando o horizonte da história. Por vezes falamos com pessoas que foram acompanhando o progresso de Aveiro das últimas décadas e quão diferente (de há 40, 30 e 15 anos) que hoje se afirmam os ares aveirenses. Uma multiplicidade de gentes do mundo, todos os dias, estudam, trabalham, vivem entre nós. Facto a que um povo acolhedor não tem sido indiferente, mas tem procurado adaptar-se no melhor possível.
2. Todavia, nesta adaptação intercultural, a fasquia do ideal está sempre acima das realizações. O viver em “rede” obriga aos momentos insubstituíveis de encontro, conhecimento da diversidade cultural, num espírito de admiração e fascínio, como, vencendo a neutralidade dos vazios, de aprendizagem recíproca (quando não seremos vizinhos estranhos!). Nesta reciprocidade tão exigente, diríamos, valorize-se tudo o que é bom e que nos fortalece nos laços de unidade e paz, e relativize-se aquilo que é relativo, que divide, que distancia. Também aqui, o espírito de verdadeiro Natal que nos ergue de esperança para um novo ano 2008, deseja ser ponte sem fronteiras no apreço pelo dom do tempo (sempre único e irrepetível) de vida que estamos e aprendemos uns com os outros. De “todos os nomes”, todos os votos partilhados de um bom ano, espelham essa vontade ancestral da esperança comum que nos habita as entranhas!
3. Pontualizemos na Ceia de Natal Universitária. De há longos anos que para os membros da Comunidade Universitária que nesta quadra ficam em Aveiro (Estudantes e Professores), realiza-se a Ceia de Natal Universitária. Numa parceria de entidades da vida universitária diária, e com a presença natalícia de seus máximos responsáveis, destacamos que este ano a Ceia contou com cerca de 110 participantes, de 25 países (que vivem U_Aveiro connosco), que nomeamos: Angola, Benin, Brasil, Cabo Verde, China, Cuba, Espanha, Etiópia, França, Guiné-Bissau, Índia, Irão, Malásia, Moçambique, Nigéria, Paquistão, Polónia, Portugal, Rússia, São Tomé e Príncipe, Sérvia, Tailândia, Timor, Uganda, Estados Unidos da América. Estes “nomes” à mesa, da raiz da sua diversidade cultural, dizem tudo! Se cada vez mais o mundo está em Aveiro, todas as aberturas de sensibilidade múltipla só se podem abrir ao mundo! Seja 2008 uma “Ceia de Natal”! Ela só se “põe” no “sonho” diário…
(4. Após a pausa natalícia, regressámos à Linha da Utopia. Amanhã com “O Labirinto da Saúde”.)

Alexandre Cruz

Editado por Fernando Martins | Domingo, 06 Janeiro , 2008, 17:56

Ceia de Natal
com Universitários

1. Inscrito na vocação do Centro Uni-versitário Fé e Cultura (CUFC), desde há 20 anos, o ideal acolhedor de todas as diversidades e sensibilidades presentes na Comunidade Universitária de Aveiro, como todos os dias e só nesta base diária tal é possível, também em épocas especiais como esta a parceria que “faz a força” (pro)põe a mesa de Natal para aqueles que passam esta quadra festiva a milhares de quilómetros de suas famílias.
2. Assim, vencendo todas as distâncias, desde há muitos anos que é levada a efeito uma Ceia de Natal para estudantes, professores e membros da Comunidade Universitária que, desta forma, são a “família universitária” em Natal. É a noite de 24 de Dezembro, com a Ceia de Natal e, depois, na medida das sensibilidades de cada diversidade, o convite aberto à participação na Missa de Natal, na Sé de Aveiro à meia-noite.
3. Se esta proposta da Pastoral Universitária diocesana é longínqua, de há seis anos para cá ela é levada a efeito em parceria com os Serviços de Acção Social da Universidade de Aveiro. É a noite especial, sempre com a presença de dezenas de estudantes de várias partes do mundo, e com a palavra natalícia acolhedora do Bispo da Diocese (D. António Francisco), da Reitora da Universidade (Helena Nazaré) e do Administrador da Acção Social UA (Hélder Castanheira).
4. Neste 24 de Dezembro 2007, cumpriu-se a tradição (sempre nova)! Este ano, e como tem sido sempre crescente a adesão para a qual os vários Serviços da UA cooperam, contámos no CUFC, nessa noite da Ceia, com cerca de 110 participantes, de 25 países que nomeamos: Angola, Benin, Brasil, Cabo Verde, China, Cuba, Espanha, Etiópia, França, Guiné-Bissau, Índia, Irão, Malásia, Moçambique, Nigéria, Paquistão, Polónia, Portugal, Rússia, São Tomé e Príncipe, Sérvia, Tailândia, Timor, Uganda, Estados Unidos da América.
5. Estes “nomes” de nacionalidades, à mesma mesa, dizem tudo! As diversidades de línguas, culturas, filosofias e religiões presentes (todos os dias) na comunidade universitária dizem-nos que (a Universidade de) Aveiro cada vez mais é terreno cosmopolita e que o Natal gera o verdadeiro “milagre” do encontro de uns com os outros. Ninguém perde nada, todos ganham(os) o essencial apelo do desígnio natalício para todos os dias de vida! No calor dessa noite especial de cada ano, também novas proximidades se aprofundam que são raiz de esperança para um óptimo novo ano (2008)!

A Equipa CUFC 2007-2008
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Editado por Fernando Martins | Domingo, 06 Janeiro , 2008, 13:47








Como manda a tradição, realizou-se hoje, na Gafanha da Nazaré, o Cortejo dos Reis, apesar do tempo de chuva que se fez sentir. É assim há muitos anos. No dia 6 de Janeiro ou no domingo mais próximo, para condizer com a Epifania.
Uns tempos antes, as pessoas associam-se nos seus lugares ou por iniciativa das comissões dos diversos Centros de Culto, para prepararem a sua participação no Cortejo. Alguns movimentos, obras, serviços ou instituições, ligados directa ou indirectamente à paróquia, procedem do mesmo modo. Outros ensaiam os Autos dos Reis que hão-de ser apresentados durante o Cortejo, que parte do lugar de Remelha (ou Romelha?) e termina na igreja matriz. O grupo das cantoras ensaia os cânticos. E todos, sempre com entusiasmo, se envolvem nesta festa colectiva do povo da Gafanha da Nazaré. No final, haverá o beijar do Menino, sempre ao som dos cânticos melodiosos que ocupam a minha memória desde que nasci. O leilão das ofertas será no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, durante a tarde, destinando-se a receita para as muitas despesas da paróquia. Uma palavra ainda, como sugestão: seria bom que houvesse algum rigor nos trajes usados no Cortejo. Acho que todos ganharíamos se as pessoas se vestissem à moda antiga, com algum cuidado. É que há participantes que têm pouco esmero no que apresentam e como se apresentam. O Cortejo dos Reis poderia muito bem ser um grande momento etnográfico, se houvesse orientações mais completas para isso.
As ilustrações que hoje partilho com os meus leitores são da autoria do artista Manuel Correia e fazem parte do livro “Cortejo dos Reis – Um apontamento histórico”, da autoria do Padre José Fidalgo e de Fernando Martins.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Domingo, 06 Janeiro , 2008, 12:27



O INÍCIO DA VIDA ESCOLAR

Caríssima/o:

7 de Outubro de 1947.
Foi nesse dia que o Olívio rumou pela primeira vez em direcção à Escola.
O dia foi preparado com todo o cuidado. Muitos alunos, não havia lugar para os novos: tinham que levar um banco. E lá foi com ele ao colo... para se poder sentar junto à parede lateral.
Correu-se a vizinhança à procura do livro. Por fim, encontrou-se alguém que o emprestou. Que maravilha! Capa cor de laranja a fugir para o amarelo e sem os cantos (roídos pelo tempo e pelo tremor das três gerações que o tinham utilizado). Verificou depois que poucas folhas lhe faltavam e que das letras algumas já tinham voado!
O principal, conseguido. E sinceramente que não se lembra onde levou o livro – nem tão-pouco da lousa. Isso ainda não importava – ele queria penetrar no mistério da leitura!
A Escola ficava ali na rua que ia para o moinho do Ti Conde: a seguir à palmeira virava-se à direita e, zás, logo pertinho numa casa alugada ao Ti Bola, a gente até lhe chamava a “Escola do Ti Bola”.
À espera estava a Professora, a D. Zulmira, que tinha sido a mesma do irmão Artur, no ano anterior, na sua 3.ª classe.
A rapaziada do “canto” ... e os novos que iriam ser seus companheiros, todos sorridentes: o Amílcar, seu primo, o Oliveiros, do Ti Russo, o Silvério... Alguns tiveram lugares nas carteiras, quatro a quatro; mas ele serviu-se do banquito (e para quem estava habituado a sentar-se nas pedras dos caminhos e das estradas, não era nada mau!).
Os alunos arrumavam-se segundo a classe que frequentavam – havia as quatro classes. E enfim, feitas as “apresentações” - a Professora não discursou –, a “fábrica” entrou em laboração que só terminaria depois dos exames.

Fica na esperança que a Estrela brilhe nos corações de todos os Amigos o

Manuel

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