de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Janeiro , 2008, 21:33


Um dia destes andei pela Costa Nova. Apreciei, como tantas vezes já tinha feito, o típico casario (que hei-de mostrar), a ria espraiada, com um ou outro pescador solitário, e pouca gente por ali. O frio não aconselhava muito o passeio. Mas ainda pude ver o célebre Palheiro de José Estêvão, com o conhecido registo da passagem do grande Eça pela Costa Nova, que decerto bem conhecia, desde que viveu com o avô paterno em Verdemilho.

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Janeiro , 2008, 19:34

Em nome de uma sociedade laica, como é politicamente correcto dizer-se agora, de quando em vez vêm à baila uns ataques camuflados à religião, seja ela qual for. O Correio da Manhã lembra hoje que as Escolas não superiores podem optar por um patrono, mas recomenda que não se opte por Santos. Diz aquele diário que são instruções do ministério da Educação.
Eu fui educado a admirar, sobretudo, os sábios, os santos e os artistas. Por razões óbvias: os sábios contribuem, com os seus estudos e genialidades, para o progresso das ciências, melhorando a qualidade de vida das pessoas; os santos dão-nos o exemplo do amor a Deus, da caridade, do respeito pelos outros, da entrega sem limites à causa do bem, da verdade e da justiça; e os artistas contribuem, com múltiplas expressões, para um mundo mais belo.
Se agora se marginalizarem os santos, que são sinais evidentes da nossa identidade, o que virá a seguir? Que os pais não possam baptizar os filhos, dando-lhes nomes de santos? Que as autarquias retirem da toponímia os nomes dos santos? Que as escolas assumam como patronos jogadores de futebol? Ou gente do Jet Set? Ou apenas políticos?
Francamente! Esta gente anda toda maluca!
Deixem, por favor, a comunidade educativa (pais, alunos, professores, forças vivas das freguesias) fazer as suas opções, livremente, sem pressões nem limitações. Não venham com leis ridículas, em nome de uma putativa sociedade ideal.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Janeiro , 2008, 18:50

O Estado, como já aqui tenho dito tantas vezes, é uma entidade cega e sem alma. Penso que ninguém ficará zangado por eu sublinhar esta realidade. Em nome dos objectivos que define, corta a direito, sem olhar às pessoas, para quem o Estado, afinal, vive. E não o contrário, como muitos julgam. Aí está, na rua, a contestação do povo, por causa do encerramento dos SAP (Serviços de Atendimento Permanente).
Quando tanto se prega a valorização dos serviços de proximidade, que dão tranquilidade às pessoas, o Estado pensa unicamente nos custos económicos e na necessidade de redução da dívida pública, a todo o custo, esquecendo-se, como um dia disse o Presidente Jorge Sampaio, que “há vida para além do défice”.
Mas há mais:
Quando, neste País, o Estado não tinha capacidade nem hipótese de responder a muitas questões sociais, foi o povo, em muitos casos liderado pela Igreja Católica, quem se mexeu para criar instituições que ajudassem as famílias. Daí nasceram as instituições sociais, com as suas creches, jardins-de-infância, lares e ATL. De mãos dadas com as Misericórdias e outras associações, criaram-se espaços para ajudar quem precisasse de trabalhar durante o dia, contrataram-se empregados, montaram-se instalações adequadas às mais diversas situações e receberam-se utentes. Tudo bem. O Estado comparticipou, sem nunca assumir os apoios necessários. As instituições que resolvessem as suas dificuldades.
Há anos resolveu avançar com jardins-de-infância e, mais recentemente, com as ATL, sem ter em conta os serviços particulares existentes nas diversas freguesias e sem responder, cabalmente, ao que precisam as famílias.
Frio, implacável, sem alma, sem respeito por ninguém, o Estado não quer saber do muito que as instituições fizeram pelas suas comunidades. Cria espaços paralelos e ignora as situações de quem se deu ao povo.
O mínimo que se esperava é que houvesse diálogo, mas o Estado, como se tem visto, não está vocacionado para isso. Corta a direito sem olhar a meios.

Fernando Martins
:
Nota: Foto do meu arquivo de uma ATL
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Janeiro , 2008, 18:12



"Andamos todos tão preocupados com a paz! E esquecemos tão facilmente que a família é o seu habitat natural, a sua escola permanente, o seu ambiente propício, o seu fundamento necessário.
Pretender promover a paz e o progresso e desamparar a família humana é um contra-senso e um paradoxo.
A sociedade civil e o Estado não podem esquecer esta realidade nem menosprezar o esforço da Igreja no serviço da família nas suas mais diversas vertentes e concretamente como educadora da paz das consciências, da harmonia dos esposos, do encontro de gerações, da comunhão entre pais e filhos e do equilíbrio social.
Valorizemos a família humana, nos seus princípios essenciais, nos seus fundamentos indestrutíveis, nos seus valores cristãos e construiremos a paz no coração humano e na comunidade humana
."
:
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