de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 28 Dezembro , 2007, 19:43

Nuno Rogeiro no CUFC

O politólogo Nuno Rogeiro vai estar no CUFC no dia 9 de Janeiro, quarta-feira, pelas 21 horas, para falar sobre “A Dignidade Humana das Nações”. A moderação é de Isabel Segadães. Trata-se de uma iniciativa integrada no Fórum::UniverSal, destinada a universitários, em particular, e à sociedade aveirense, em geral.
A presença de Nuno Rogeiro no CUFC, pela segunda vez, é uma boa oportunidade para se ouvir alguém que disserta, como poucos, sobre assuntos de política internacional.

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 28 Dezembro , 2007, 15:25

“Nada melhor do que ocupar estes últimos dias com bons livros, bons filmes e bons amigos. Por mim, gosto especialmente da luz de Inverno para dar passeios que terminam ao fim do dia na cozinha, em grandes improvisos de pratos de lume e forno que antecedem longos serões de cinema e conversas, se possível com os pés na lareira.”

In PÚBLICO on-line, caderno P2, página 11


NOTA: Laurinda Alves publica semanalmente, às sextas-feiras, no PÚBLICO, no segundo caderno, uma crónica adequada a cada tempo e vivência. É uma crónica serena, sempre pela positiva, que recomendo aos meus leitores. Leiam que vos faz bem. Penso eu.

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Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 28 Dezembro , 2007, 14:43

A Natureza está, de facto, bem feita. Ou não fosse ela criada por Deus, como creio. Com o frio que o Inverno traz, as árvores refugiam-se num sono profundo de três meses. Descansam da labuta da Primavera e do Verão e olham para o Outono a ver o que isso lhes dá. Quando chegam à conclusão de que o frio, o vento e a chuva não perdoam, resolvem dormir por uns tempos. Quando vier uma temperatura mais amena, quando o vento e a chuva cessarem, então elas voltarão à vida com toda a pujança armazenada.

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 28 Dezembro , 2007, 12:53



Penso que ninguém porá em dúvida a conveniência de o Governo, qualquer que ele seja, procurar reformar o Estado. É sabido que a máquina estatal está sobrecarregada com despesas incomportáveis para o nosso frágil Orçamento do Estado, cujo equilíbrio tem sido difícil de conseguir. Excesso de funcionários, muitos deles já substituíveis pelas novas tecnologias, tornam difícil esse equilíbrio orçamental. Contudo, qualquer reforma tem sempre de ter em conta as pessoas, sob pena de se criarem novos problemas sociais, com reflexos negativos incontornáveis nas famílias. O que se tem feito, atirando funcionários para o desemprego ou para situações equiparadas, não está correcto, humana e socialmente falando. O Estado vive para as pessoas.
Com a pressa de se acabar com o défice orçamental, têm surgido outras decisões gravosas para o povo. Sobretudo para o povo que não nada em dinheiro. Fechar Centros ou Postos de Saúde, Urgências e Atendimentos nocturnos, obrigando os doentes a deslocarem mais de 100 quilómetros, à sua custa, não está certo. Ainda hoje de manhã, nos noticiários habituais, ouvi um comandante de uma Corporação de Bombeiros dizer que o transporte de um doente, distante do hospital cerca de 100 quilómetros, custará 40 euros. A ambulância deixará o doente para ser assistido e terá de regressar. O doente, se não ficar internado, terá de alugar um táxi ou requisitar outra ambulância. Conclusão: Uma ida a uma urgência poderá ficar por 80 euros. Se a pessoa for rica, não virá daí nenhum mal ao mundo. E se for pobre?
O que eu penso é que muitas vezes os estudos económicos e sociais são elaborados por comissões técnicas, que nem sempre conhecem suficientemente bem a realidade do país e dos portugueses que somos. Com uma visão economicista da vida, desprezam-se por vezes as situações concretas das pessoas. As suas dificuldades e os seus dramas serão, disso estou certo, profundamente afectados. Mas o Governo, em nome da urgência de reformar o Estado, realidade que não podemos ignorar, teima em fechar os olhos, caminhando soberana e ostensivamente, contra tudo e contra todos. Para que o défice seja anulado será mesmo necessário anular as pessoas?

Fernando Martins

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