de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 27 Dezembro , 2007, 12:36


É já no primeiro dia do ano que o tabaco vai acabar nos edifícios públicos e nos restaurantes. Excepto nos que declaradamente optem por fumadores. Os não fumadores ficam a ganhar. Ainda há tempos aqui disse que tive de suportar, num conhecido restaurante da Bairrada, o fumo de um indivíduo, que, pelos vistos, não tem qualquer noção do respeito que deve aos outros. Como não fumador, concordo plenamente com a lei que vai entrar em vigor, mas não sou fundamentalista, ao ponto de pedir que se acabe com a comercialização do tabaco. Nada disso. Cada um que viva a sua liberdade, tendo sempre em consideração a liberdade dos outros.
Com esta nova lei, não faltam uns “filósofos” a atacar os direitos dos não fumadores. Que a sua liberdade, dizem eles, está a ser prejudicada. Que é um atentado fundamentalista a ao direito dos que gostam de fumar. Que o tabaco até é inspirador de artistas e de trabalhadores. Que o tabaco é companheiro em horas de angústias. Que o tabaco, afinal, não faz o mal que apregoam. Que tanto morrem de cancro os fumadores como os não fumadores. Que há outros produtos viciantes e maléficos, como o vinho, e que ninguém os proíbe. E por aí adiante…
Pode ser que seja como eles dizem. Mas então que fumem onde possam usufruir desses benefícios, sem conspurcarem o ar puro que outros desejam. Onde houver, por exemplo, restaurantes para eles, sirvam-se aí à vontade. Que eu prometo que só entrarei onde houver o dístico “Para não fumadores”. E que todos vivam felizes!

Fernando Martins

NB: Um dia destes hei-de contar uma história que vivi num hospital, a propósito do tabagismo.
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Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 27 Dezembro , 2007, 11:37

Natal é dia de ser bom, assim diz o poeta. Como aconteceu Natal no dia 25, não faltará quem pense que já podemos olhar de soslaio para os feridos da vida que se cruzam connosco nas ruas dos nossos quotidianos. Não direi que agora já podemos ser maus, mas, infelizmente, penso que não seremos tão bons. Agora, há que trabalhar. O tempo da generosidade e das manifestações de solidariedade acabou. Vamos à vida, que se faz tarde.
Por estranho que pareça, é mesmo assim. As festas para os sem-abrigo, com televisões a filmar e rádios e demais comunicação social a noticiar, fecharam as portas até ao próximo Natal. As consciências já ficaram cheias do muito que cada um fez, do muito que se conseguiu para os mais pobres, do muito (ou pouco?) que se partilhou. E tão cheias ficaram, que até vão ficar tranquilas durante um ano. De qualquer modo, foi bom o que se fez. E é natural pensar que lá há-de vir o tempo em que a generosidade se tornará hábito de todos os dias, para todos, e não apenas para alguns. Que estes, felizmente, continuarão nos caminhos dos que andam perdidos na vida, sem pão e sem norte.
Durante Dezembro, aqui se falou do Natal. Apenas 25 temas. Mas prometo que, de forma directa ou indirecta, o Natal continuará por aqui. Com a ajuda, obviamente, dos meus leitores e amigos.

Fernando Martins
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