de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 10 Dezembro , 2007, 18:10


Os líderes da União Africana

1. Muito acima da geoestratégia de uma Europa que não quer perder África, continente já inundado pela Índia, China e EUA; muito mais importante que esse jogo de interesse económico de uns que procuram a melhor táctica de exploração de recursos de outros, quando não de humanos, a presente Cimeira União Europeia – União Africana sentou à mesma mesa a vontade da reconciliação histórica. Caminho difícil, mas em que pela primeira vez, segundo os analistas, o ressentimento deu lugar ao encontro e ao realismo das obrigações recíprocas.
2. Talvez um dos grandes heróis da Cimeira seja Alpha Oumar Konaré, presidente da Comissão da União Africana (ex-presidente do Mali). Suas palavras, fruto de sabedoria na experiente leitura dos problemas africanos (e seus nos variados níveis de relacionamentos), faz dele uma figura de dois alertas estruturantes: tanto na denúncia contra os ditadores de África que retardam a democracia e o desenvolvimento (pois a má governação conduz à pobreza), como da vigilância necessária na não imposição de modelos europeus sobre África (visão que supera, assim, séculos de não boa memória).
3. A história faz-se deste modo. E a relação entre os dois continentes, mesmo no quadro do “mal menor” da presença de ditadores (água mole em pedra dura…?!), deu passos adiante, num relacionamento “de igual para igual”. Este “igual” que não pode significar uma “reconquista” de espaço mas uma grandiosa responsabilidade. Sendo a recente União Africana um projecto de unidade na diversidade construído na experiência do modelo europeu, também seja de sublinhar que, resumindo e concluindo, o certo é que poucas capitais europeias teriam a capacidade de erguer (que seja) as tendas de tal encontro UE-UA.
4. Como sempre e em tudo, das expectativas às realizações pode existir uma distância perturbadora. Cimeira terminada, depois das palavras da circunstância, a pobreza, fome e a sede de todos os dias nas populações africanas, continua a ser o flagelo “produzido” por muitos dos que estes dias estiveram em Lisboa. Para John Kufuor, presidente da União Africana e chefe de Estado do Gana, uma nova esperança se abre neste passo em que Lisboa foi o culminar de um caminho, mas terá de ser fundamentalmente um ponto de partida. Querem mesmo os governantes das nações africanas? E nós europeus (e hoje asiáticos e EUA), estamos prontos para “abdicar”, para efectivamente um mundo novo ser mesmo possível?
5. O certo é que com líderes lúcidos e denunciadores como Alpha Oumar Konaré, a esperança é possível. Mas o facto dele não ter o apoio dos chefes de governo africanos para renovar o mandato de liderança…que sinal será? Já estarão todos os governantes africanos na disposição de conviverem com as oposições aos seus regimes? Esta é a fórmula do digno futuro.

Alexandre Cruz

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 10 Dezembro , 2007, 14:38


A Declaração Universal dos Direitos do Homem, proclamada pela Assembleia Geral da ONU em 10 de Dezembro de 1948, mantém a actualidade nos dias de hoje. Não há dia nenhum que não tenha, em qualquer parte do mundo, razões mais do que suficientes para a justificar. Os atropelos constantes aos mais elementares direitos do ser humano aí estão, sempre, a mostrar que o homem continua a ser lobo do homem.
Daí a importância de recordar a Declaração Universal dos Direitos do Homem, proclamada em 1948, em que se sublinha que a Assembleia Geral da ONU a considera “como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição”.

Declaração Universal dos Direitos do Homem
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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 10 Dezembro , 2007, 12:12
No Teatro Aveirense, até 2 de Janeiro







PORTA DE MAR - OU O ABRAÇO ENTRE O SAL E O MEL

Às 19 horas de hoje, 10 de Dezembro, proceder-se-á, no Teatro Aveirense, à inauguração da exposição "Porta de Mar", composta por fotografias doconsagrado Paulo Magalhães.
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A exposição, patente até 2 de Janeiro de 2008, é assim descrita pelo Presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro:
"O mar abre-nos as portas para o Mundo. Só quem não tem o mar por perto sente e sofre os ferrolhos da amarração à terra.
Aveiro, Ílhavo, as Gafanhas ganharam uma fantástica Ria em sorte. E Homens com vontade indómita de a convencer a abraçar o Mar vizinho.
Aconteceu a 3 de Abril de 1808.
O Porto de Aveiro é fruto desse abraço entre o sal e o mel.
O magnífico trabalho de Paulo Magalhães retrata, com mestria, muito desse mel e muito desse sal de que é feita a vida do Porto de Aveiro.

Fonte: Texto e fotos do Portal do Porto de Aveiro

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 10 Dezembro , 2007, 11:23



Quem hoje visita a GAFANHA DA NAZARÉ, se embrenha no seu emaranhado casario, onde o contraste entre o rico e o pobre se tornam flagrantes, e percorre a zona portuária e industrial, talvez nem imagine o que foi o viver dos primeiros habitantes que por aqui se foram fixando desde o século XVII, e, sobretudo, nos finais do século XIX e princípios do século XX.
A gente humilde que por esta região se foi quedando no amanho da terra pouco fértil, porque muitas vezes lavada pelas águas salgadas, nem sequer sonhava com a Gafanha que estava a construir e fadada para pólo de desenvolvimento. Antes da abertura da Barra, que aconteceu em 3 de Abril de 1808, a região lagunar era terra doentia e as águas estagnadas muito contribuíram para isso. Mas depois, quando “Pelas sete horas desse dia, Luís Gomes, abrindo um pequeno sulco com o bico da bota, no frágil obstáculo que separava a ria do mar, deu passagem à onda avassaladora da vazante para a conquista da libertação económica, depois de uma opressão que durara sessenta anos”, como descreve o Comandante Rocha e Cunha, a Gafanha viu nascer novas esperanças. As areias movediças, varridas constantemente por ventos carregados de salmoura, desafiaram a tenacidade deste povo que teimava e acreditava numa agricultura de certo modo próspera, embora complementar de outras actividades nascidas com a abertura da barra. A pouco e pouco, a persistência e o suor dos gafanhões fizeram o milagre. Das águas da ria vinha o moliço que os gafanhões nas margens recolhiam sem correrem o risco do moliceiro. Essa aventura do moliceiro surgiria mais recentemente, à medida da necessidade e da descoberta da impossibilidade de se viver de costas voltadas para a ria que também lhes oferecia sem grande esforço o peixe. E com o moliço, operou-se, então, a transformação de muitos conhecida. A terra fertilizada novas gentes atraía.
Barra e gentes, gentes e barra, mais porto e dinamismo, operaram o milagre da Gafanha de hoje, onde trabalho não falta, nem deixa de crescer a aposta de mais e melhor da sua gente empreendedora. E ao falarmos da sua gente, dos gafanhões de hoje, ocorre-nos recordar as suas origens mais recentes. Dos concelhos de Vagos e Mira veio quem já conhecia o que o esperava. Habituados a estes areais, sabiam bem as voltas que lhes dar. Depois Beiras e Minho, sobretudo, invadiram secas e estaleiros, oficinas e marinhas, ajudando significativamente na construção da moderna Gafanha, que serve de berço a um dos mais importantes portos portugueses, o Porto de Aveiro, sempre na senda de novos desafios. Aliás, o Porto de Aveiro, instalado na Gafanha da Nazaré, não deixará de ser mais um motor de novos desenvolvimentos, que hão-de contribuir, de forma expressiva, para o progresso económico da zona centro do país, e não só. E atrás do progresso económico, outros surgirão à mistura, certamente, com alguns reveses que as populações, os autarcas e os responsáveis nacionais, de mãos dadas, saberão atempadamente ultrapassar. Refiro-me, nomeadamente, à criação de infra-estruturas adequadas ao desenvolvimento demográfico inevitável É que um porto dinâmico é sempre uma causa de novos núcleos populacionais.
O porto é hoje a razão de ser da Gafanha e referência constante nas conversas e trabalhos, nos projectos e discussões. Também de alguns descontentamentos, principalmente se não são considerados os interesses fundamentais das populações, as que mais directamente sofrem as consequências negativas que num ou noutro caso não podem ser evitadas.
Fernando Martins
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