de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sábado, 17 Novembro , 2007, 22:07
José Roquette vai apresentar, no próximo dia 20 de Novem-bro, o Portal VER.PT. Trata-se de uma iniciativa da ACEGE (Associação Cristã dos Empresários e Gestores), que tem por finalidade promover a defesa da ética e da res-ponsabilidade social de empresas e gestores, segundo anunciou o suplemento de Economia do EXPRESSO. Num país maioritariamente católico, é tempo das empresas e dos gestores assumirem, na prática, a vivência da Doutrina Social da Igreja, há tanto tempo pregada pelos defensores de mais justiça e de mais diálogo entre patrões e trabalhadores.
tags:

Editado por Fernando Martins | Sábado, 17 Novembro , 2007, 18:00

Esta fotografia é capa de um folheto anunciador das belezes da Rota da Luz, nomeadamente na área do desporto. Fala por si. E serve, também, de estímulo a quem gosta de sair de casa, sobretudo aos fins-de-semana, para contactar e apreciar as belezas que estão à nossa espera. Neste caso, na Ria de Aveiro, de encntos vários.
tags:

Editado por Fernando Martins | Sábado, 17 Novembro , 2007, 17:35
Será que o fumador tem o direito
de prejudicar os outros?


A propósito das limitações que vão ser impostas aos fumadores, no sentido de não poderem fumar em recintos fechados, não faltam vozes a protestar, clamando que se está a cair em radicalismos incompreensíveis. Os fumadores acham que devem poder fumar onde lhes apetece e os não fumadores entendem que ninguém tem o direito de conspurcar o ar que respiram.
Pessoalmente, penso que os não fumadores têm razão. Os fumadores podem e devem fumar onde quiserem, mas com limitações que exijam o respeita pelos não fumadores.
Ontem, precisamente, entrei com familiares num conhecido restaurante da Bairrada. Salas amplas que começaram a encher por volta do meio-dia, quando chegámos. Estávamos a começar a refeição, quando entra um daqueles fumadores que não param de fumar… O homem, de cara esquelética talvez pelo excesso de fumo, não se cansava de atirar fumo para o ar, enquanto não chegou a sua refeição. Perguntámos, então, se não havia sala para não fumadores. O empregado, delicadamente, informou-nos que não. Poderíamos mudar, se quiséssemos, para a outra sala, ainda com menos pessoas, mas não era seguro que pudesse ficar sem fumadores. Resolvemos ficar, para evitar complicações com a mudança de mesa. E o fumador voltou à carga nos intervalos da refeição, obrigando toda a gente a inalar o fumo que inundava tudo e todos.
Perante situações destas, eu pergunto se é admissível vivermos assim, sem radicalismos que imponham aos fumadores o respeito pelo seu semelhante, sobretudo daquele que gosta de respirar o ar puro.
O fumador, a meu ver, tem todo o direito de fumar e de dar cabo da sua saúde. Mas será que tem o direito, também, de prejudicar os outros? Julgo que não.

FM

tags:

Editado por Fernando Martins | Sábado, 17 Novembro , 2007, 17:11

Uma reflexão aprofundada sobre a esperança deverá começar por aquela tendência para o futuro que caracteriza todo o ser vivo e mesmo toda a realidade cósmica, em evolução, de tal modo que já é e ainda não é adequadamente - por isso, está a caminho.
O cosmos, desde a sua origem, é em processo (do latim procedo, ir para diante). A realidade material tem carácter "prodeunte" (do verbo prodeo, avançar), para utilizar uma palavra do filósofo Pedro Laín Entralgo, que estou a seguir.
Trata-se de uma propriedade genérica que se vai fazendo proto-estruturação - passagem das partículas elementares às complexas -, molecularização - dos átomos às moléculas -, vitalização - das moléculas aos primeiros seres vivos -, vegetalização, animalização - aparecimento e desenvolvimento da vida quisitiva da zoosfera - e hominização - transformação da tendência geral para o futuro em "futurição" humana, tanto no indivíduo como na espécie humana e na História, desde o Homo habilis até ao presente.
No quadro destes modos de existir na orientação do futuro, só quando se chega ao nível do ser vivo, que precisa de buscar para viver, é que se dirá que a tendência para o futuro se configura como espera, podendo chegar a ser esperança. Desde o nascimento até à morte, entre a esperança e o temor, o animal vive permanentemente voltado para o futuro e orientando a sua espera na procura do que precisa para viver.
O animal e o Homem esperam, mas, enquanto a espera animal é instintiva, no quadro dos instintos e de estímulos, situada e fechada, a do Homem transcende os instintos, os estímulos e as situações, sendo, portanto, aberta, de tal modo que nunca se contenta com a simples realização de cada um dos projectos parciais em que a sua "futurição" constitutiva se concretiza.
Laín dá um exemplo. Numa "sala de espera" de uma estação de caminho-de-ferro, não me limito a aguardar a chegada do comboio que traz o meu amigo, pois, mesmo que não tenha consciência explícita disso, espero o que será a minha existência em todo o seu decurso posterior. A espera humana está realmente aberta a possibilidades que transcendem a realização feliz ou frustrada de cada projecto.
Ora, tanto num como noutro caso, isto é, tanto na espera do concreto - aqui, a chegada do amigo no projecto de aguardá-lo - como, mesmo que não pense directamente nisso, na espera do que transcende o concreto e limitado - o que será de mim na minha vida depois da chegada do amigo -, são possíveis duas atitudes enquanto tonalidades afectivas: a confiança e a desconfiança.
Devido a uma multiplicidade de factores, desde o temperamento às circunstâncias biográficas de sorte ou desgraça, passando pela educação, estes dois estados de ânimo - confiança e desconfiança - "podem converter-se em hábito de segunda natureza: a esperança, quando é a confiança que domina, e a desesperança, quando prevalece a desconfiança".
O Homem, como o animal, não pode não esperar: vive orientado para o futuro e esperando o que projecta, isto é, a consecução de metas e objectivos concretos e também, quer se dê conta disso quer não, o que permanentemente transcende a obtenção desses projectos. A esperança tem, pois, dois modos complementares: a esperança do concreto (o hábito de confiar que os projectos parciais se irão realizando bem) e a esperança do fundamental (o hábito de confiar - a confiança não é certeza - em que a realização da existência pessoal será boa).
Esta esperança do fundamental é a "esperança genuína", que assume também dois modos, que não se excluem: a esperança terrena e histórica e a esperança meta-terrena e trans- -histórica. Esta é própria dos crentes numa religião que afirma confiadamente a vida para lá da morte em Deus.
Aí encontraria o Homem finalmente, como diz Santo Agostinho, aquela plenitude por que aspira na tensão constitutiva entre a sua radical finitude e a ânsia de Infinito: "O nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti, ó Deus." "Santa esperança!", dizia Péguy.
Anselmo Borges
In Diário de Notícias
tags:

mais sobre mim
Novembro 2007
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3

4
5
6
7
8
9



28


arquivos
as minhas fotos
pesquisar neste blog
 
blogs SAPO
subscrever feeds