de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 04 Outubro , 2007, 17:36

ASAE EM GRANDE

A ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) está em grande momento de intervenção, na defesa dos interesses das populações, ao nível da segurança alimentar e económica. Notícias frequentes dão conta das suas inspecções e consequentes decisões, sem contemplação. Desta feita ousou entrar, e bem, em lugares onde seria normal haver muita higiene. E o que aconteceu? Detectou falhas na higiene em três cantinas e num bar hospitalares. Vejam só! Claro que foram logo encerrados, até se encontrarem em condições legais, isto é, respeitando as normas exigidas para estabelecimentos desta natureza.
Sabe-se agora, conforme revelou o PÚBLICO, que 23 por cento dos Hospitais Públicos só fazem controlo microbiológico da alimentação de três em três meses, o que me parece, a mim leigo, um pouco estranho, já que nos estabelecimentos de Saúde não devem faltar meios para fazer análises com mais frequência.
Penso que estes quatro casos serão uma pequeníssima percentagem dos Hospitais portugueses. Mas serão o suficiente, para, a partir desta intervenção da ASAE, todos começarem a olhar para a higiene que deve existir em toda a parte, em especial nos locais onde se cuida da saúde de muita gente.

Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 04 Outubro , 2007, 16:05
VALORES REPUBLICANOS E COLABORAÇÃO NO BEM DE TODOS

Políticos e intelectuais laicos referem-se frequentemente aos valores republicanos para justificar juízos, atitudes e acções, marcados pelo laicismo agnóstico ou na linha de fidelidade a objectivos sociais e políticos de associações laicas, antigas e modernas.
Se por “valor”, seja ele republicano ou monárquico, se continua a entender aquilo que vale sempre e para todos, sem excepção, ainda bem, tanto mais que a sobreposição pública de interesses pessoais e de grupos, vai tornando tudo relativo e a tudo faz perder a consistência de objectivo e de universal. Chega-se à conclusão de que já nada vale, a não ser o que interessa a cada um. Esta erosão atinge também os valores morais e éticos que determinam o viver em sociedade e os comportamentos necessários para uma vivência mútua, serena e construtiva, quem quer que seja que os propõe ou defende.
Normalmente quando se fala de valores republicanos dá-se como matriz a Revolução Francesa, com a proclamação da trilogia que lhe está historicamente associada: igualdade, liberdade fraternidade, não se esquecendo o valor da tolerância.
Os revolucionários não foram inovadores. Viviam na Europa, no seio de uma cultura com raízes cristãs e judaicas e os valores propostos eram património desta cultura, embora as contingências históricas por vezes os ocultassem onde eles deviam ser testemunhados com maior clareza e eloquência. As tensões provocadas pela Revolução, com o ódio programado contra a Igreja, bem como as desconfianças e atitudes negativas desta em relação ao que se proclamou como se fosse novo e sem paternidade e apenas fruto da ideologia reinante, explicam estas tensões e a sua continuação histórica.
Não fora o propósito de apagar a história e fazer dela uma leitura enviesada, e as coisas não tinham tomado o rumo que ainda hoje acoberta, com iguais sentimentos, muita gente por essa Europa fora. A discussão das raízes culturais cristãs da Europa, ainda que não únicas, faz-se a partir de uma leitura liberta e realista da história e nunca terá valor sério quando feita pela pré determinada direcção que se pretendeu impor-lhe. O redactor da proposta de uma constituição europeia, um francês de renome que vai ser aí recebido e homenageado por um bem concebido aparato ideológico, pensa que a Europa moderna se deve encontrar consigo mesma, rejeitando as suas raízes cristãs e explicar-se a si própria à luz dos valores republicanos que lhe dão forma e consistência.
A constituição deixou de o ser e tenta-se agora um simples tratado, que salve a situação e mantenha o mesmo silêncio em relação ao essencial. Esta pobreza, numa tão apregoada cidadania, pôs de parte a verdade histórica e alimenta-se de conveniências políticas e arranjos diplomáticos; vai mutilando as leis que deixaram de se orientar para o bem comum que é a sua razão de ser, para favorecer interesses diversos; vai deteriorando as relações humanas e sociais, europeias e internacionais, cedendo a pressões e a promessas; já não fala dos direitos humanos na sua globalidade e integralidade, porque as pessoas valem hoje menos que os resultados económicos, sempre prioritários e aglutinadores.
Afinal, da igualdade, da liberdade e da fraternidade, bem como da tolerância, menosprezada a matriz cristã que lhes pode dar consistência e sentido de universalidade, pouco pode restar. Ficará daí apenas a bandeira de apoio para os que, caídos no vazio cultural ou na intolerância odienta, mais não fazem do que destruir, por campanhas sem sentido de cidadania ou por perversão desta, tudo o que vai contra os propósitos de um determinado laicismo agnóstico?
A verdadeira laicidade respeita a autonomia e defende a inter-relação e a comunicação construtiva em todos os campos em que as pessoas se situam e sempre a favor destas. Não falta gente sensata que vê que este é o verdadeiro caminho. Dizer que “todos devem ser respeitados” exige o contributo dialogado de todos para que assim seja.
Isso não acontece quando, por falta de respeito às pessoas e ao legítimo pluralismo, se persegue quem sempre as defendeu, deitando mão de mentiras publicadas e de defesa de leis redutoras, impostas sem critérios do melhor bem que se tornam uma afronta dispensável a cidadãos deste país democrático.

António Marcelino
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Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 04 Outubro , 2007, 13:06

QUEM CONTROLA AS CLAQUES DO FUTEBOL?

É público que uma claque de futebol, os “SUPERDRAGÕES”, está a contas com a Justiça. Problemas de contrabando, segundo a comunicação social, estarão na base de algumas averiguações e detenções. A violência também costuma marcar comportamentos menos correctos nesta claque e noutras, aparentemente gozando da complacência das direcções dos clubes que elas apoiam.
Confesso que tenho alguma dificuldade em compreender certas atitudes demasiado agressivas das claques de futebol. Aprendi que o Desporto, em geral, é uma escola de virtudes e que ganhar, empatar e perder fazem parte do jogo, o qual deve ser, no fundo, uma festa e não uma guerra sem regras nem leis.
O que se vê hoje, em muitos campos de futebol, em especial, é que as claques, normalmente, têm como padrão comportamental a violência gratuita e estúpida, obviamente sem qualquer respeito pelos adversários e pela ética desportiva.
Geram nos campos e fora deles um clima ofensivo das boas normas das relações humanas, sendo conhecido que até pacatos cidadãos, quando integrados numa qualquer claque, perdem as estribeiras, ignoram as mais elementares regras da boa educação e ofendem tudo e todos, em nome dos clubes que apoiam cegamente.
Triste é pois o facto de ver que os dirigentes dos nossos clubes ficam indiferentes a estes desmandos, muitas vezes sem qualquer palavra de condenação perante actos que pessoas de bem têm de condenar.
Que fique claro, contudo, que aceito as claques organizadas, mas também acho que deviam ser estabelecidas regras para a sua existência, enquanto grupos de adeptos que se preparam para incitar os seus clubes. E quem não cumprir, que sofra as respectivas consequências.
Afinal, o desporto não é para sermos mais felizes?

FM
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Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 04 Outubro , 2007, 12:30

DIA MUNDIAL DOS ANIMAIS

1. Os dias assinalados existem quando para “todos os dias” importa uma renovada tomada de consciência de determinada causa. 4 de Outubro é dia de São Francisco (1881-1226) e, nessa linha de uma unidade de respeitabilidade biouniversal, com “todas as criaturas”, como Francisco gostava de dizer; assim, 4 de Outubro é também o Dia Mundial dos Animais.
2. Que seria das nossas cidades sem uma atenção constante a esta dimensão da protecção dos animais? Será que só damos o devido reconhecimento (queixoso!) e consequente apoio na hora do acidente? Em São Paulo do Brasil, hoje, constata-se o drama de mais de 200 mil cachorros abandonados na cidade. Mas não é só lá longe que o drama existe.
3. No último verão, em Portugal, o abandono de animais atingiu todos os recordes. Por trás desta realidade, mesmo para além da crise económica, continua a persistir um défice de formação cívica que abranja a totalidade das dimensões e das relações das pessoas com a natureza e com as coisas. Ou então, que dizer de quem despeja o cão ou gato para a rua? E ainda, afinal, de quem é a rua pública?!
4. É dramática, e no fundo reflexo de como se sente a vida, a “coisificação” a ponto de que quando apetece (tudo bem!) queremos um cão ou um gato, já quando não apetece (ou custa algo) deita-se fora. É isto mesmo que acontece, e numa mentalidade tal em que a rua comum, em muitos destes gestos (e em mais um verão passado), é esse balde de lixo comum. Que o digam as heróicas pessoas que, contra ventos e marés, e ainda em Portugal sem a devida “protecção”, correm mundos e fundos nesta causa.
5. Ainda: à mudança de mentalidade não caberá a ideia de que é preciso esperar pelo cumprimento dos Direitos Humanos para depois, então, avançarmos pelos Direitos dos Animais (da Europa). Quando assim se pensa, “adiadamente”, nem uma coisa nem outra (sendo pressuposta a hierarquia de verdades). Há hoje uma reconhecida (na teoria) transversalidade que nos diz que todas as causas são iceberg da causa essencial: a ética global dos seres humanos.
6. Neste esforço colectivo, as entidades (sociais, políticas e educativas) só podem agradecer e corresponder eficazmente a quem dá o seu tempo de vida a cuidar de uma problemática de todos: a protecção e qualidade de Vida Animal. Antes que seja mais tarde, porque já o é!

Alexandre Cruz

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