“Rezo todos os dias, mas nunca fiz promessas, nem farei, porque Deus não é subornável”
Nicolau Breyner,
In “Tabu”,
:
Nicolau Breyner tem razão. Há muita gente que olha para Deus como se olha para um negociante. Se me deres saúde, vou à missa ao domingo; se eu sarar, farei mais caridade; se me sair o Euromilhões, darei uma boas esmolas às instituições de solidariedade social; se… se… se…
Pois é verdade. Este relacionamento, ou negócio, com Deus dá mostras de que há gente que ainda não descobriu o Deus-Pai que não tem nada de negociante, isto é, não tem nenhuma apetência, julgo eu, para agir em função do que possa receber em troca.
A oração-negócio está muito enraizada entre os crentes, que atiram para plano secundário a oração-adoração, a oração-agradecimento e a oração-petição, esta última sem o triste espírito de promessa de dar qualquer coisa, em troca do que se deseja receber da bondade, que é o próprio Deus. Não vejo mal nenhum em pedir seja o que for a Deus. Mas, de facto, não acho bem negociar com um Pai que tudo nos pode dar, em função do que necessitamos. Se os pais terrenos dão aos filhos o que lhes faz falta, sem que nada lhes seja pedido, muito mais dará Deus-Pai a todos os seus filhos. Até, porventura, àqueles que nem para Ele olham.
FM