Celebra-se hoje o Dia Mundial do Idoso. Para muitos, será um dia como outro qualquer. A lufa-lufa de quem trabalha e o comodismo dos que (nunca) nada fazem não dão espaço para se pensar nestas coisas. Mas o Dia Mundial do Idoso, como outros dias celebrativos como este, serve, precisamente, para nos convidar a reflectir. Neste caso, sobre quem está no outono da vida, quiçá no inverno.
Pensar nisso, enquanto ainda estamos (talvez) longe dessa situação, julgo que será urgente, não vá dar-se o caso de amanhã podermos ficar com a consciência pesada por nada termos feito que pudesse dignificar os mais velhos. Os mais velhos são, para as gerações do presente, se quisermos, livros abertos de conhecimento e de sabedoria conquistados em riquíssimas experiências que a vida proporciona a quem está nela e atento ao que nela corre.
Os velhos são os que se queixam da saúde que se torna periclitante; são os que protestam pelos serviços de Saúde que os não têm em conta, ou os que sofrem calados a indiferença dos detentores dos poderes; são os que ficam esquecidos, dias após dias, num recanto das suas habitações, sem quem olhe por eles; são os que recebem reformas miseráveis; são os ignorados pelas famílias e pela sociedade; são os que foram atirados para lares, que não passam, frequentemente, de armazéns de pessoas sofredoras. São gente que deu tudo o que podia à comunidade e que agora passa por eles com tacanha indiferença.
Apoiá-los, dignificando-os, é nossa obrigação. Colher deles, permanentemente, ensinamentos para a vida é imperioso. Dar-lhes ternura, a toda a hora, é o mínimo que podemos fazer neste Dia Mundial do Idoso e sempre.
FM