de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 17 Setembro , 2007, 15:02

PELOURINHO DE BAIXO
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Nas minhas andanças por aqui e por ali, paro sempre junto de registos históricos. É um gosto especial que nem sei explicar verdadeiramente. Um dia destes, em Buarcos, não deixei de admirar este pelourinho. Foi baptizado com o nome de Pelourinho de Baixo, certamente porque havia ou há, ainda, um Pelourinho de Cima. Não o vi, mas hei-de tentar saber onde mora ou morou ele.
Há muita gente que associa o Pelourinho à Forca. Eram coisas diferentes. Os pelourinhos serviam para expor à vergonha pública os condenados por penas que, normalmente, não justificavam a pena de morte. Haverá alguma justificação para a pena de morte? Penso que não.
No pelourinho havia castigos corporais, nomeadamente açoites, exposição de condenados agrilhoados, mutilações, etc. A forca, essa era localizada fora dos povoados, onde era erguido, para o efeito, o mastro, ao qual se ligava a corda.
Os pelourinhos chegaram a ter, no cimo, uma gaiola de madeira, onde os delinquentes permaneciam todo o tempo a que eram condenados.
Olhando para a História, de facto houve tempos bárbaros. As barbaridades, mesmo nas nossas sociedades, agora são outras. Mas que existem, existem. Mesmo sem pelourinho e sem forca. Esses instrumentos, com outras formas e com outros nomes, são nos nossos dias coisas mais sofisticadas. E toda a gente lida no dia-a-dia com eles.
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Fonte: "Pelourinhos do Distrito de Aveiro", de Júlio Rocha e Sousa

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 17 Setembro , 2007, 12:58


Receber Dalai Lama?

Angela Merkel, chanceler alemã, aceitou receber oficialmente o Dalai Lama, tal como recebe o Papa ou outro líder de grande religião mundial. A sua visão do futuro passa não pela exclusão, mas pela inclusão pacífica de tudo quanto é manifestação de cultura, interioridade, religião ou filosofia. Saberá Merkel que, numa comunidade viva, o espaço de liberdade religiosa caminha a par do acolhimento por tudo quanto é ideal de paz.
Não sabemos, com rigor as percentagens de budistas na Alemanha, mas não deve andar muito longe da realidade portuguesa. Também algo de semelhante é o facto da Alemanha, como Portugal, em Dezembro 2005 terem assinado com a China um acordo de Parceria Estratégica Global. Claro está, é um acordo tendencialmente económico, onde interessam muito pouco os direitos humanos. E o chamado ocidente pactua com tudo isto…
A história relata-nos que a China comunista invadiu o Tibete em 1959, considerando-o como sua província e organizando o genocídio cultural no desrespeito cabal pelos direitos humanos. Desde esse tempo que o Dalai Lama fugiu para a Índia, onde mora até hoje, gerindo a comunidade do exílio. (O Tibete é considerado o “teto do mundo” pelas suas montanhas da cordilheira dos Himalaias que atingem 4875 metros de altitude.)
Após massacres pelo exército chinês, em 1989 o 14º Dalai Lama (de nome Tenzin Gytaso) recebe o Prémio Nobel da Paz, passando a ser recebido por chefes de Estado, facto que provoca protestos chineses. Perturba à China que em 1999 lança uma forte campanha de difusão do ateísmo no Tibete, toda a paz esperançosa que o Dalai Lama anuncia por esse mundo fora (Dalai Lama que significa Oceano de Sabedoria).
Angela Merkel defende os direitos humanos (no Tibete) sem medos da reacção chinesa. Louvável! Portugal preside à Comissão Europeia e não tem tempo ou tem os “motivos óbvios” (económicos). Se não há tempo para, acima de tudo e todos, defender os direitos humanos, há tempo para quê? Como será, depois, a coerência da defesa dos direitos humanos e a recepção a líderes religiosos? Está mesmo a dignidade humana subjugada à economia?! (Que pergunta!)

Alexandre Cruz

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 17 Setembro , 2007, 09:17
Papa apela à defesa da natureza


Bento XVI deixou este Domingo um novo apelo em favor da preservação do ambiente, pedindo um esforço de todos. O Papa falava após a recitação do Angelus, lembrando o 20.º aniversário do Protocolo de Montreal sobre a protecção da camada de ozono.
"Desejo que se intensifique a cooperação, entre todos, a fim de promover o bem comum, o desenvolvimento e a salvaguarda da criação, reforçando a aliança entre o homem e o ambiente, que deve ser espelho do amor criador de deus, de onde vimos e para onde caminhamos”, disse.
“Nas últimas duas décadas, graças a uma exemplar colaboração na comunidade internacional, entre política, ciência e economia, obtiveram-se resultados importantes com repercussões positivas nas gerações presentes e futuras", acrescentou.
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Pode ler mais em Ecclesia

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 17 Setembro , 2007, 09:08





MAIS MOLICEIROS DAVAM
OUTRO ENCANTO À PROCISSÃO

D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, abriu, no sábado, com uma eucaristia vespertina, celebrada no clube Stella Maris, as festas em honra de Nossa Senhora dos Navegantes. À homilia, D. António frisou que Nossa Senhora dos Navegantes “será sempre para nós, cristãos, e, através dos cristãos, para o mundo a Estrela do Mar e a Mãe do Bom Sucesso, como os pescadores e os marinheiros a invocam”.
Sublinhando que estávamos no Stella Maris, clube da Obra do Apostolado do Mar, o Bispo de Aveiro lançou um apelo “à urgência de uma pastoral interventiva”, adequada a este mundo em mudança. Referiu que o Stella Maris quer ser “farol da Estrela do Mar” e ancoradouro de fé, mas também de “acolhimento fraterno”, onde as “forças se retemperam e a energia espiritual se reencontra”. Admirando a coragem dos homens do mar, D. António enalteceu as suas virtudes e a sua generosidade, confiando à Senhora dos Navegantes “as suas intenções, súplicas e preces”.
A festa da Senhora dos Navegantes é uma iniciativa do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN), contando com o apoio da paróquia, do Stella Maris, das autarquias, de diversas entidades e de particulares. Este ano, integrou-se nas comemorações em curso dos 200 anos da abertura da Barra de Aveiro, que ocorreu em 3 de Abril de 1808, pelas 7 horas da noite, como reza a história.
Para além da eucaristia de sábado, os festejos tiveram outros momentos significativos, nomeadamente a procissão pela ria, com Nossa Senhora envolvida por embarcações de pesca e de recreio, bem como de outras fainas lagunares, todas cheias de gente. Ano após ano, esta é uma experiência rara para muitos. Rara, porque proporciona a alguns a oportunidade de ver e de sentir a ria por dentro, com a alegria a marcar presença contagiante.
Depois da procissão, a Filarmónica Gafanhense e os ranchos folclóricos convidados emprestaram um colorido festivo ao arraial que se seguiu à celebração da missa, presidida pelo Bispo de Aveiro, junto à igreja da Senhora dos Navegantes. Esta igreja acastelada foi benzida há 144 anos, precisamente em 6 de Setembro de 1863.
Nas margens da laguna aveirense, muitos acorreram para saudar a Senhora dos Navegantes. Em São Jacinto, porém, como já vem sendo hábito, a devoção à Virgem atingiu um ponto muito alto. Flores e saudações, fanfarra e a imagem da Senhora das Areias testemunharam a fé das gentes daquela freguesia do concelho de Aveiro.
No Forte da Barra, a Senhora dos Navegante foi recebida com emoção por muita gente, directa ou indirectamente ligada ao mar e à ria. Depois da eucaristia, actuou a Filarmónica Gafanhense e houve Folclore, com a participação do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, do Grupo Folclórico e Recreativo de Tabuadelo (Guimarães), do Rancho Folclórico “Camponeses da Beira-Ria (Murtosa) e do Rancho Folclórico da Ribeira (Ovar).
Alfredo Ferreira da Silva, presidente do GEGN e responsável pela organização, adiantou ao “Correio do Vouga” que esta iniciativa nasceu aquando da participação do grupo na EXPO’98, na sequência de uma troca de impressões com ranchos etnográficos de outras terras piscatórias. Depois da reflexão que se impôs, foi retomada a tradição, que tem vindo a merecer cada vez mais aceitação do povo destas terras banhadas pela ria e pelo mar, disse. No entanto, referiu uma dificuldade: “falta-nos o que havia antigamente em grande quantidade: mais barcos moliceiros, que davam outro encanto à procissão.”

Fernando Martins

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