de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 26 Junho , 2007, 06:43

MÃES DE MUITOS FILHOS


Conheci em França uma instituição chamada “Missão Possível”. Propõe-se prevenir a delinquência juvenil através da ajuda escolar. É evidente que esta ajuda pressupõe a criação de um clima de acolhimento e de amor, de respeito por si e pelos outros, de disciplina e hábitos de trabalho, de cuidado e de alegria em ter ordem na vida e êxito nos projectos pessoais.
Pais, que já desistiram de ser educadores, pedem a ajuda da instituição; o estado, porque sabe que nunca será bom educador, recorre à mesma; a sociedade, se acredita que ainda é possível salvar a gente nova quando esta perdeu o rumo, apoia a “Missão Possível”. Mas também batem à sua porta professores, polícias, gente da justiça. A fundadora foi uma magistrada que tocou na miséria e na lama de muita gente nova, acreditou e não cruzou os braços.
Lá e cá, um problema preocupante, que não se pode dramatizar nem ignorar. Uma telenovela portuguesa de grande audiência, mostra a dedicação e o carinho, sem horas nem condições, da Irmã Benedita, mãe única, por opção, de filhos e filhas de muitos pais e de diversas idades.
Não faltam, entre nós, mães e pais assim, que não geraram filhos, mas o são de muitos e de modo permanente, vivendo uma realidade, não uma telenovela. Na Obra da Rua, no Frei Gil, na Obra de Nossa Senhora das Candeias, e por aí adiante… Às vezes, mais penalizados, que apoiados. Estão nisto, porque amam, acreditam e sabem que dão a vida por uma missão possível, mesmo se a sociedade os ignora e o estado os penaliza.
A. Marcelino
:
Fonte: Correio do Vouga

Editado por Fernando Martins | Domingo, 24 Junho , 2007, 13:26



AVEIRO E LEITÃO DA BAIRRADA
NO GUIA DO VIAJANTE



O fascículo do Guia do Viajante, que o PÚBLICO está a publicar todos os dias, fala hoje de Aveiro e Bairrada. São textos elucidativos dos jornalistas Maria José Santana, que há anos trabalha na capital do Distrito, e de David Lopes Ramos, pardilhoense ou parente de gente de Pardilhó, especialista em gastronomia, nela incluindo os vinhos.
Maria José Santana recorda, no seu escrito, que Aveiro se desenvolve ao longo dos canais da ria, “os mesmos que moldaram a cidade”. Diz que as paisagens da cidade e ria de outrora eram feitas de “centenas de montes brancos de sal”, de que restam poucos. No entanto, a Marinha da Troncalhada – que foi transformada em ecomuseu – preserva “as memórias dos ancestrais métodos de salinicultura da região”.
A jornalista aveirense fala das praias do concelho de Ílhavo, Barra e Costa Nova, e da sua fama, mas não esquece, e bem, a única praia de Aveiro, em São Jacinto, “praia tranquila e pitoresca”. Lembra a Arte da Xávega, na praia da Vagueira, do concelho de Vagos, e sugere, como pratos que podem e devem ser apreciados, peixes grelhados e caldeiradas diversas, adiantando, como bons restaurantes para os degustarmos, o Clube de Vela da Costa Nova e a Praia do Tubarão, ambos na Costa Nova.
David Lopes Ramos debruça-se sobre a gastronomia da Bairrada, onde sobressai, como já tantas vezes tem dito, o famoso Leitão à Bairrada. Embora não seja um exclusivo de Portugal, como muito oportunamente sublinha, reconhece, contudo, que a Bairrada é mesmo o Reino do Leitão.
Sendo certo que se assam leitões um pouco por todo o País, a verdade verdadinha é que o assado à moda da Bairrada, num forno aquecido a lenha, “de pele loura um pouco escura e estaladiça”, é “um prato sumptuoso, um dos nossos melhores assados de forno”.
Para os mais entendidos ou para os que ousarem assar um bacorinho infante em casa, David Lopes Ramos dá umas dicas e até mostra, com boas fotos, como se deve fazer. Para o apreciar, como tem de ser, indica algumas casas, onde o leitão, de facto, tem outro sabor. Casa Vidal, em Almas da Areosa, Aguada de Cima; Restaurante Mugasa, em Fogueira, Sangalhos; Meta dos Leitões, Mealhada; Pedro dos Leitões, Sernadelo, Mealhada; Casa Queirós, Avelãs de Caminho; e A Nova Casa dos Leitões, em Peneireiro, Aguim
.
:
Fotos do Guia do Viajante
tags:

Editado por Fernando Martins | Domingo, 24 Junho , 2007, 11:04
COMUNICAR COM A RAZÃO
E O CORAÇÃO
:
A Igreja é mestra na arte da comunicação. Perita na argumentação racional, sabe, como ninguém, interpretar outros códigos comunicativos. Hoje, o fascínio está mais na aparência do que naquilo que é demonstrável. Os destinatários das mensagens tendem mais a convencer-se pelo imaginário, mitológico e emotivo, por tudo o que é irracional, o grande ingrediente da pós-modernidade. Não se entenda por isso que a razão é inimiga do coração. A própria razão adverte-nos que não é capaz de compreender tudo ou de erigir-se em princípio absoluto. A Igreja nunca falou apenas à razão. Soube utilizar, com sabedoria, outros códigos comunicativos, como o silêncio, os símbolos, os gestos e os ritos. Hoje não seguirá acriticamente os impulsos da irracionalidade, mas também defenderá a razão de absolutizações indevidas. Usará a razão e o sentimento ou, biblicamente, o coração. Espero que os bispos portugueses tenham aprendido mais a arte de comunicar, nas suas jornadas pastorais da última semana, em Fátima.
RO
tags:

Editado por Fernando Martins | Domingo, 24 Junho , 2007, 10:57
O pobre que faz cantando,
Do lar, cascata modesta,
Vê nos seus filhos brincando,
Os balõezinhos da festa!

Justino
Vencedor do 79.º concurso
de quadras JN
tags:

Editado por Fernando Martins | Domingo, 24 Junho , 2007, 10:46

LENDA DA AMOREIRA



Caríssima/o:


Durante os anos que passei na Quinta das Lágrimas houve um grupo de colegas que, na altura, me parecia uma “lenda”. Eram de Macau: o António Lopes do Rosário, a Maria Ângela Teresa Fong e a Maria Edith Santos.
Rebusquei no baú e encontrei esta lenda que, além de lhes prestar uma pequena e sentida homenagem (e recordação!), tem para mim um sabor muito especial e me elucida quando afirma: “Foi assim que a menina linda e virtuosa se transformou em bicho da seda”.

«Na dinastia de Shang, muitos anos antes de Cristo, vivia, em terras da velha China, uma formosíssima donzela, muito rica e cheia de virtudes.
Um dia, o pai, que de manhã cedo partira a cavalo, desapareceu misteriosamente.
A virtuosa menina chorou amargamente, vestiu-se de luto carregado e recusou-se a receber fosse quem fosse antes de ver o pai.
Os ladrões da vizinhança diziam não o ter visto, os sacerdotes juraram que ele não tinha morrido, mas passou-se um ano sem saberem notícias dele.
A mãe, torturada pelas saudades e pelo desgosto, prometeu que daria a mão de sua filha a quem lhe descobrisse o marido.
Os mancebos da terra partiram alvoroçados, atravessaram rios e vales, mas foi tudo inútil. Começavam todos a desanimar, quando o cavalo que, naquela malfadada manhã tinha levado o seu dono, voltando sozinho, saiu a galopar pelos campos, trazendo o velho senhor há tanto tempo perdido.
A satisfação foi geral, fizeram festas e mais festas, apenas o pobre cavalo foi deixado triste e só na cavalariça. Deixou de comer e o seu ar de sofrimento fazia chorar as pedras.
Intrigado com tal atitude, o velho quis saber o que se passava e, quando a mulher lhe contou a promessa que tinha feito, mandou que se dobrasse a ração ao bicho, pois mais nada podia fazer.
As promessas de casamento cumpriam-se , mas não quando se trata de animais.
O certo é que o cavalo nunca mais tornou a comer e, quando a menina passava perto, ficava fora de si manifestando grande nervosismo. A tal ponto chegaram as coisas que resolveram matá-lo com uma flecha.
Depois de morto e esfolado, puseram a pele a secar, pendurada numa árvore, mas ao passar por lá a formosa donzela sentiu-se envolvida pelos restos do cavalo amoroso e levada pelos ares.
Dias depois apareceu a pele estendida noutra árvore, uma árvore estranha, completamente desconhecida, de cujas folhas se alimentava uma lagarta.
Foi assim que a menina linda e virtuosa se transformou em bicho da seda.
Os dias passaram e um dia apareceu aos pais, já muito velhinhos, montada no tal cavalo, e disse-lhes que era muito feliz e habitava um outro mundo.»


[Macau-Terra de Lendas, de Hermengarda Marques Pinto, pp. 28 a 30, Colecção Educativa, Série E, nº 1, XXVII, 1955]

:
E como esquecer meu Pai que, sendo nós criancinhas, trouxe para casa uns “bichos maravilhosos e a amoreira”?
Também não me ficará mal dar um abraço a quem durante anos e anos criou milhões de bichos e manteve essa arte de cultivar a vida numa caixa de cartão. De facto, só um Guerreiro cometeria essa ousadia!

Manuel

Editado por Fernando Martins | Domingo, 24 Junho , 2007, 10:42
MONOS E HUMANOS:
ORIGEM E ORIGINALIDADES
:
O que é o Homem? Ao longo dos séculos, foram-se sucedendo, numa lista quase interminável, as tentativas de resposta: animal que fala, animal político (Aristóteles); animal racional (os estóicos e a Escolástica); realidade sagrada (Séneca); um ser que pensa (Descartes); uma cana pensante (Pascal); um ser que trabalha (Marx); um animal capaz de prometer (Nietzsche); um ser que cria (Bergson); um animal que ri, um animal que chora, um animal que sepulta os mortos... Saído da gigantesca aventura cósmica com 15 mil milhões de anos, o Homem tem, segundo Edgar Morin, "a singularidade de ser cerebralmente sapiens- -demens" (sapiente-demente), ter, portanto, com ele "ao mesmo tempo a racionalidade, o delírio, a hybris (a desmesura), a destrutividade".
Recentemente, o filósofo André Comte-Sponville apresentou a sua "definição", que julga suficiente: "É um ser humano qualquer ser nascido de dois seres humanos." Mas será mesmo suficiente? O que dizer em relação aos primeiros homens, que, na História da Evolução, não nasceram de outros humanos? E se amanhã se der a clonagem e a partenogénese?
Os grandes espíritos - Diderot, por exemplo - deram-se conta de que o que somos não pode ser encerrado numa definição. O Homem é o ser que leva consigo a questão do ser e do seu ser e que originária e constitutivamente pergunta: o que é o Homem? O que, antes de mais, une a Humanidade inteira é precisamente esta pergunta: o que é ser Homem?
Se o chimpanzé, por exemplo, também sente, recorda, procura, espera, joga, comunica, aprende e inventa, o que é que nos distingue?
Afinal, há muito de idêntico em nós e no chimpanzé, "no mono e no Papa", diz ironicamente o filósofo confessadamente ateu Michel Onfray. O professor de filosofia e o chimpanzé têm necessidades naturais comuns: comer, beber, dormir. A etologia mostra que há comportamentos naturais comuns aos animais e aos humanos. Veja-se, por exemplo, as relações de violência e de agressão e compare-se inclusivamente os rituais de cortejamento sexual. Mas é interessante constatar que já na resposta às necessidades naturais há uma diferença: os homens inventaram a cozinha e a gastronomia e também o erotismo.
No entanto, escreve M. Onfray, "o homem e o animal separam-se radicalmente quando se trata de necessidades espirituais, as únicas que são próprias dos homens e das quais não se encontra nenhum vestígio - mínimo que seja - nos animais." Há nos humanos uma série de actividades especificamente intelectuais, que os distinguem radicalmente dos monos: nestes, não encontramos filosofia nem religião nem técnica nem arte.
A tentativa de compreendê-lo no quadro de um materialismo mecanicista ou do biologismo não dá conta do Homem. De facto, o animal é conduzido pelo instinto. Por isso, esfomeado, não se conterá perante a comida apropriada que lhe apareça. Face à fêmea no período do cio, não resistirá. O Homem, pelo contrário, é capaz de transcender a dinâmica biológica. Por motivos de ascese ou religiosos ou até pura e simplesmente para mostrar a si próprio que se não deixa arrastar pelo impulso, é capaz de conter-se, resistir, dizer não. Foi neste sentido que Max Scheler, um dos fundadores da Antropologia Filosófica, escreveu que o Homem é "o asceta da vida", o único animal capaz de dizer não aos impulsos instintivos.
Cá está: esta é a base biológica da conduta moral, uma característica essencialmente específica humana. Uma vez que o Homem é capaz de ponderar, renunciar, abster--se, optar, dizer sim, dizer não aos impulsos, é livre e, por conseguinte, animal moral.
O Homem é corpo, mas um corpo que fala e que diz "eu". Porque fala, é capaz de debater questões, de defender pontos de vista, distinguir o bem e o mal, tomar posições sobre valores morais, políticos, religiosos, estéticos, filosóficos.
Então, o enigma é este: provimos da natureza, mas contrapomo-nos a ela, somos simultaneamente da natureza, na natureza e fora dela. Monos e humanos têm a mesma origem, mas os humanos têm originalidades únicas e irredutíveis.
tags:

Editado por Fernando Martins | Sábado, 23 Junho , 2007, 09:49
Capela de São João, na Praia da Barra
(Foto de "À descoberta da Gafanha da Nazaré")
:
FOGUEIRAS E SARDINHAS



Hoje vai ser noite de São João, um pouco por todo o lado. Cada terra com seus usos, uns persistentes e outros a caírem com o tempo, famosas são as festas em honra do precursor no Porto e em Braga, para lembrar apenas as mais famosas e cujos ecos chegam até aqui. Mas isso não quer dizer que nas Gafanhas e arredores não haja S. João, que esse santo, afinal, porque é um dos três santos populares, não pode ficar esquecido.
Nos meus tempos de menino e moço, o que lá vai há muito, por esta hora era um corrupio de romeiros a caminha da Barra, onde ainda existe a capelinha em honra do santo que baptizou Cristo, para depositarem aos pés do São João os cravos das suas promessas. Das suas promessas, pois claro, pois não é verdade que o santo se encarregava na altura de pedir a Deus que limpasse a pele dos suplicantes dos cravos, ou verrugas, que inexplicavelmente lhes deformavam a derme? Vinham eles (os romeiros, claro), de toda a parte, de perto e de longe, com seus farnéis, em jeito, também, de quem quer inaugurar a época balnear.
Agora já se perdeu esse hábito de vir ao São João em romaria. Os cravos ou verrugas já saem mesmo sem promessas, com um simples e adequado unguento, e até parece que o São João passou à história. E de tal modo assim é que, aquando da criação da paróquia da Praia da Barra, denominada da Sagrada Família, ninguém se lembrou dele para padroeiro daquela terra, a que tantas e tão boas recordações me ligam. Ninguém se lembrou, não! Eu lembrei-me, mas ninguém considerou oportuna a ideia. O São João já não fazia milagres (nem nunca os fez, acrescento eu, que isso é responsabilidade exclusiva de Deus) e portanto está tudo dito.
Ainda havia as fogueiras, em plenas ruas, para queimar o que havia a mais nos quintais. Saltava-se a fogueira entre risadas, cantava-se e dançava-se à roda, até às tantas, passava-se de rua em rua, a ver qual era a maior (seria?), os rapazes decerto para ver as moças e estas à espera deles, sempre sob os olhares curiosos e atentos dos mais velhos, bebiam-se uns copitos e pouco mais.
Agora, a música é outra. Há sardinha e mais sardinha, com boroa, caldo verde e vinho, mas o São João fica esquecido. As tradições, hoje, não são o que eram. Nem têm que ser sempre cópias fiéis de antanho. Respeite-se, no entanto, algo do essencial. O importante é que o povo se divirta, saudavelmente. Com ou sem marchas, com ou sem sardinhas, porque a alegria cura muitos males.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Sábado, 23 Junho , 2007, 07:35

Sábado, 7 de Julho


Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Foto do meu arquivo


XXIII FESTIVAL NACIONAL DE FOLCLORE
DA GAFANHA DA NAZARÉ




Como manda a tradição, já com 23 anos de existência, vai realizar-se, no dia 7 de Julho próximo, sábado, o XXIII Festival Nacional de Folclore da Gafanha da Nazaré, com a participação de seis ranchos. A organização é, como desde a primeira hora, do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, com larga experiência nesta área.
Depois da recepção aos grupos e ranchos etnográficos e folclóricos, às 17.30 horas haverá uma visita à Casa Gafanhoa, um pólo museológico de bastante interesse etnográfico, com entrega de lembranças aos participantes e convidados. O desfile será às 21 horas, iniciando-se o festival propriamente dito meia hora depois.
O festival terá lugar na Alameda Prior Sardo e a oferta folclórica e etnográfica é variada, como convém. Assim, para além do grupo anfitrião, os apreciadores da cultura popular, que devíamos ser todos, pois que ela é sempre genuína e matriz de outras culturas, porventura mais eruditas, poderão admirar os ranchos da Casa do Povo de Nespereira, Gouveia; Folclórico da Associação Cultural e Recreativa Pouca Pena, Soure; Etnográfico de Santa Maria de Negrelos, Santo Tirso; Folclórico da Golegã, Golegã; e Folclórico “As Lavradeiras de Pedroso”, Vila Nova de Gaia.

Editado por Fernando Martins | Sábado, 23 Junho , 2007, 07:03
PARA UMA CIDADANIA RODOVIÁRIA
:



:

O CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura) vai proporcionar, uma vez mais, bons momentos de reflexão. Desta feita, sobre um tema pertinente: Para uma Cidadania Rodoviária. Ninguém devia perder esta oportunidade, já que, como é sabido, os portugueses são peritos em provocar acidentes na estrada, fazendo tão grande número de vítimas mortais que colocam Portugal, percentualmente, na liderança da UE. O palestrante é um especialista na matéria, Luís Antero Reto, presidente do ISCTE (Instituto Superior dee Ciências do Trabalho e da Empresa), e a sessão vai ser moderada pelo Prof. da Universidade de Aveiro, Jorge Arroteia.

tags:

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 22 Junho , 2007, 22:49
Bispos portugueses reconhecem:


ANDAMOS MUITO NA ROTINA
:

Os bispos portugueses receberam formação na arte de presidir e de comunicar porque o século XXI "exige qualidade estética" - disse à Agência ECCLESIA D. Carlos Azevedo, Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). De 18 a 21 de Junho, realizaram-se, em Fátima, as Jornadas Pastorais do Episcopado subordinadas ao tema: "O ministério do Bispo e a arte de presidir e de comunicar". Com esta iniciativa demonstrou-se o "reconhecimento da necessidade de formação numa área onde houve um descuido" - referiu o Secretário da CEP.
Os especialistas - teóricos e práticos - ajudaram os presentes a "enquadramo-nos dentro da área da Comunicação Social". E acrescenta: "Ajudaram-nos a perceber as exigências e os critérios da Televisão, Rádio e dos restantes órgãos" porque os critérios da Comunicação Social "não são aqueles a que estamos habituados".
Os lamentos são frequentes. Muitas vezes, os bispos "queixam-se que a Comunicação Social não está preparada para nos questionar e não está por dentro dos mecanismos da Igreja". "Mas também acontece o contrário, nós não estamos preparados para entender os mecanismos da Comunicação Social" - sublinha D. Carlos Azevedo. Em relação à comunicação dentro da própria Igreja, o secretário da CEP realça que esta, "muitas vezes, não funciona"
O conteúdo e a mensagem da Igreja "tem valor e é muito rico" mas "necessitamos de novas formas de cuidar do embrulho". A forma é fundamental na "transmissão da fé" - frisou. Ao olhar para as celebrações, D. Carlos Azevedo nota que as "músicas são de fraca qualidade e os nossos gestos não têm beleza". E avança: "A beleza também fala de Deus". Depois de ouvir os conselhos dos oradores, o secretário da CEP afirma que as "homilias têm que ser muito bem preparadas e pensadas para que a mensagem passe". Até, os improvisos têm que ser "muito bem preparados".
Aos presidentes das celebrações falta "dotes de comunicadores" porque se deixou de ensinar "eloquência oratória nos seminários". Como os fiéis "são inteligentes", muitas vezes andam à procura "de igreja em igreja de uma celebração que tenha dignidade estética e beleza formal". As pessoas não vão às celebrações por "mera rotina," mas porque querem "sair de lá com alguma esperança e renovação espiritual". E avança: "fomos aconselhados pelos oradores que comunicar «exige muito trabalho»".
Quando questionado se o Evangelho necessita de embrulhos, D. Carlos Azevedo realça que "não adianta estarmos a dizer verdades muitos interessantes quando as pessoas estão distraídas". Uma homilia que tenha "mais de dez minutos sujeita-se a não ser assimilada". E acrescenta: "É preciso saber como captar a atenção dos fiéis".
Como vários oradores do país vizinho, o secretário da CEP afirma que em quase todos os aspectos da vida da Igreja os espanhóis "vão a léguas de nós" visto que "têm uma grande tradição teológica". E conclui: "Andamos muito na rotina" mas "temos recebido vários avisos - decréscimo das vocações, diminuição da prática dominical e abandono dos jovens da igreja".
:
Fonte: Ecclesia
tags:

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 22 Junho , 2007, 19:26


FERRY-BOAT AINDA ESTE VERÃO.
ATÉ QUE ENFIM!

Uma notícia da comunicação social de hoje diz que o ferry-boat para a ligação a S.Jacinto ainda vai avançar este Verão. A ser verdade, pode dizer-se, com propriedade, até que enfim!
Há mais de 40 anos, as populações de S. Jacinto e das Gafanhas, mais as de Aveiro, com interesses naquela freguesia, reclamavam uma ponte. Muito se falou dela e da sua viabilidade, mas a verdade é que as forças políticas de então entenderam que não. Uma ponte nasceu, não para a ligação a S. Jacinto, mas para ligar a Murtosa à Torreira. É a ponte da Varela.
Dizia-se à boca cheia, na altura, que era preciso preservar S. Jacinto da poluição dos carros e do excesso de veraneantes nas suas praias virgens, para uns tantos privilegiados poderem usufruir delas. Posteriormente veio a ideia de um ferry-boat, que sempre poderia evitar algum movimento automobilístico.
Penso que essa ideia foi mais para calar a malta do que para outra coisa. Ponte e ferry-boat ficaram adormecidos. Até há anos. Agora sempre vai avançar, ao que se diz, o ferry-boat. Sempre quero ver quantos carros vão nele, nas suas viagens, e se haverá quem suporte o prejuízo se os automobilistas fugirem dele. A ver vamos, como diz o cego. Para mim, era a ponte. Essa, sim, é que nos levaria a S. Jacinto, com mais frequência.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 21 Junho , 2007, 12:45
A ria ainda tem tanto para ver


FAÇA AMIGOS NO VERÃO

Começa hoje o Verão. É também hoje o maior dia do ano, sendo a noite mais pequena, por isso. Deus queira que esta estação do ano seja, entre nós, condizente com a sua condição, isto é, que nos traga o calorzinho de que tanto precisamos. E com o Verão temos, por certo, um tempo adequado à vivência das férias.
Quando falo de férias, lembro-me sempre dos que as não podem gozar, quer por obrigações profissionais, quer por falta de possibilidades económicas. De qualquer forma, a uns e a outros recordo que a situação de férias pode ser um estado de alma, que nos leva a fazer algo diferente do dia-a-dia. A leitura de um livro à sombra de uma árvore ou num recanto de jardim; um passeio, perto de casa, que seja, à praia, junto ao mar, ou ao rio próximo; um olhar diferente para a natureza que nos circunda, com todos os seus encantos. Mas também, e não é menos importante, a visita a um amigo ou familiar há muito esquecido, e a participação em espectáculos, mesmo ao ar livre, que os há por todo o lado.
E já agora, por que não organizar um piquenique com toda a família, para em liberdade todos partilharem farnéis, alegrias e emoções? Por que não convidar para esse encontro os primos mais distantes, os tios com quem não se fala há muito, os irmãos e os sobrinhos que não se vêem há imenso tempo?
Aproveite o Verão, goze o Varão, faça amigos no Verão, divirta-se no Verão, ame a vida no Verão. E verá que o Outono e o Inverno também lucrarão com essa sua disponibilidade para se dar aos outros.
Boas férias.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 21 Junho , 2007, 12:04


Visitas gratuitas
até Setembro


Até ao mês de Setembro, o Farol da Barra pode ser visitado, gratuitamente, todas as segundas-feiras, entre as 14h30 e as 16 horas. No entanto, as visitas dependem de marcação prévia, que deve ser feita pelo telefone 234 390 600.O Farol da Barra foi construído entre 1885 e 1893. É o mais alto farol português, com 62 metros de altura, ergue-se a 66 metros acima do nível do mar.
tags:

Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 21 Junho , 2007, 11:59
O religioso e o sagrado
numa sociedade laica


Passei o 10 de Junho em Paris com os nossos emigrantes. A Igreja em França celebrava nesse Domingo a festa litúrgica do Corpo de Deus. A minha ida tinha a ver com o encontro dos portugueses na catedral de Notre Dâme, igreja mãe de Paris. Arcebispo da Diocese, Embaixador de Portugal, padres que trabalham com os portugueses na região parisiense, centenas de nossos compatriotas aos quais pude falar, sobre a liturgia, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Momento festivo de encontro nacional.
Na manhã desse dia, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, igreja confiada aos portugueses há já 20 anos, celebrei, com uma multidão de compatriotas, a festa do Corpo de Deus, com procissão pela rua. Famílias, crianças, jovens, gente do norte, centro e sul, cânticos portugueses, ar de festa no templo, na rua e nos rostos, gente às janelas, carros a parar para ver. Tudo com serenidade e normalidade, em Paris de 2007.
Há anos, tivera eu, na cidade cosmopolita de Colónia, Alemanha, a mesma experiência religiosa. Uma procissão mariana, à noite, para a famosa catedral da cidade, com regresso no dia seguinte, à igreja de S. Martinho, de onde se partira de véspera. Respeito total das pessoas que iam na rua, se cruzavam ou estavam nos cafés das esplanadas da cidade, naquela tarde de Domingo via-se o entusiasmo e o fervor das centenas de portugueses emigrantes que participavam no cortejo litúrgico. O cardeal convidou-me para, no dia seguinte, contar aos seus padres mais novos, que nessa manhã de segunda-feira participavam na formação permanente, como tudo tinha acontecido. Pareciam não acreditar. Como tinham os portugueses coragem para tanto?
França e Alemanha são repúblicas laicas, com regime de separação entre a Igreja e o Estado. Nem num, nem noutro país vi qualquer expressão de menos respeito ou enfado por aqueles actos públicos, marcadamente religiosos. E não foi por sermos estrangeiros, mas sim porque eles respeitam e aceitam a diferença.
O Estado laico não tem por que organizar manifestações religiosas, qualquer que seja a igreja de pertença dos cidadãos. Mas, também, não tem por que as dificultar, nem muito menos proibir. Na tarde de Domingo, cruzei-me em Paris com um desfile de milhares de pessoas em patins. A polícia ordenava o trânsito. Tudo normal. Por que não também, com o mesmo direito, um desfile religioso, se for caso de se fazer com dignidade?
A democracia esclarecida, mesmo quando o Estado é laico, respeita os cidadãos, maiorias e minorias. Está ao serviço de todos, não impõe ideologias, não rasga nem esquece a história, não controla as convicções políticas ou religiosas, não dificulta as legítimas expressões, ainda que sejam públicas.
Os cristãos e a Igreja, com as suas diversas instituições, têm de aprender, se ainda o não sabem, a viver em ambientes que, por si, não favorecem, porventura como anos atrás, as expressões religiosas, pessoais ou colectivas. Mas não se devem resignar ante as atitudes antidemocráticas de quem apenas aceita ou legitima o domínio privado e a consciência individual. Viver sem sobranceria nem nostalgia, mas sem medo ou vergonha de manifestar convicções, valores morais e éticos, referências fundamentais da vida, procurando tudo testemunhar, com a convicção da sua validade numa sociedade que caminha para fazer do efémero e do vazio um ideal de vida, é hoje um dever e um direito dos cristãos esclarecidos e convictos.
tags:

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 20 Junho , 2007, 21:43
OUTROS ARES,
OUTRAS PRIMAVERAS
:
Graças à gentileza da conterrânea e amiga Teresa Calção, algures nos Estados Unidos da América, publico hoje algumas fotos suas, expressamente enviadas para a rubrica Ares da Primavera. É bom saber que há sempre alguém com vontade e gosto de partilhar sentimentos e emoções com os cibernautas amantes da beleza. Este meu espaço está aberto a todos, desde que venham pela positiva. Um abraço para a Teresa, com votos de que continue, com toda a família, a gozar o prazer de sentir saudades da terra natal e amigos.
:







mais sobre mim
Junho 2007
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2

3
4
5
6
7
8
9

15

18

25


arquivos
pesquisar neste blog
 
blogs SAPO
subscrever feeds