de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 09 Maio , 2007, 23:11
CONDUÇÃO DEFENSIVA

Quantas vezes na semana passada
é que falou ao telemóvel enquanto conduzia?
Ultrapassou o limite de velocidade só para
que os outros não o achassem aselha?
Se esqueceu de pôr o cinto às crianças?
Portugal poderia salvar anualmente 560 crianças e jovens
se conseguisse reduzir a taxa de mortalidade nas estradas
para os níveis da Suécia.
Já estamos a baixar - mas precisamos de fazer melhor.
Que tal um curso de condução defensiva?
:
Fonte: "Agenda '07" do "EXPRESSO"

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 09 Maio , 2007, 23:07




A CASA DE DEUS



A casa de Deus está assente no chão
Os seus alicerces mergulham na terra
A casa de Deus está na terra onde os homens estão
Sujeita como os homens à lei da gravidade
Porém como a alma dos homens trespassada
Pelo mistério e a palavra da leveza

Os homens a constroem com materiais
Que vão buscar à terra
Pedra vidro metal cimento cal
Com suas mãos e pensamento a constroem
Mãos certeiras de pedreiro
Mãos hábeis de carpinteiro
Mão exacta do pintor
Cálculo do engenheiro
Desenho e cálculo do arquitecto
Com matéria e luz e espaço a constroem
Com atenção e engenho e esforço e paixão a constroem

Esta casa é feita de matéria para habitação do espírito
Como o corpo do homem é feito de matéria e manifesta o espírito

A casa é construída no tempo
Mas aqui os homens se reúnem em nome do Eterno
Em nome da promessa antiquíssima feita por Deus a Abraão
A Moisés a David e a todos os profetas
Em nome da vida que dada por nós nos é dada

É uma casa que se situa na imanência
Atenta à beleza e à diversidade da imanência
Erguida no mundo que nos foi dado
Para nossa habitação nossa invenção nosso conhecimento
Os homens constroem na terra

Situada no tempo
Para habitação da eternidade

Aqui procuramos pensar reconhecer
Sem máscara ilusão ou disfarce
E procuramos manter nosso espírito atento
Liso como a página em branco

Aqui para além da morte da lacuna da perca e do desastre
Celebramos a Páscoa

Aqui celebramos a claridade
Porque Deus nos criou para a alegria


Páscoa de 1990
:
Sophia de Mello Breyner Andresen
:


Fonte: Pastoral da Cultura

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 09 Maio , 2007, 19:46

O MEU SILÊNCIO... (*)




Se eu tivesse que escolher uma árvore para significar a sublime pureza do silêncio, seria a oliveira, que, indiferente ao calor sufocante ou ao frio penetrante, sobrevive na austeridade do seu ser.
Se eu tivesse que escolher uma cor para exprimir a decantação do som feito silêncio, seria esse paradoxo do branco escuro, que nos acolhe na suavidade do branco e nos sossega na tristeza do escuro.
Se eu tivesse que escolher um tempo para pintar a purificação do silêncio, seria o Outono, com as suas sombras, a sua nostalgia e a despedida multicolor e compassiva das folhas.
Se eu tivesse que escolher os momentos para o pleno usufruir do silêncio nas vinte e quatro horas de cada dia, seriam o enternecimento do adormecer e a suavidade ainda que instantânea do acordar.
Se eu tivesse que escolher um sentimento para compreender o ágape do silêncio, seria o amor maternal para com a criança que, nascida no ventre, se prepara para viver.
Se eu tivesse que escolher um nome de mulher para significar o silêncio na oração, seria Maria; e depois adormeceria envolto na sua tranquilidade.
Se eu tivesse que escolher uma música para partilhar o som do silêncio, seriam os intervalos de respiração no meio da exaltação da abertura Egmont de Beethoven.
Se eu tivesse que escolher um som para traduzir o silêncio do mistério da vida, seria o do choro de uma criança indefesa no meio da violência gratuita.
Se eu tivesse que escolher um mineral que me transmitisse o código genético do silêncio, não seria o do silêncio de ouro, mas o silêncio agreste, telúrico e puro do granito.
Se eu tivesse que escolher uma idade da vida para exaltar o valor humano do silêncio, seria aquela em que o som omnipresente mais asfixiante se torna.
Se eu tivesse que escolher o silêncio da alegria, seriam tão só as palavras não ditas num olhar de afecto serenamente radioso.
Se eu tivesse que escolher o silêncio da harmonia, seria o da reconciliação do futuro com o da purificação da memória do passado, no cruzamento do ruído da rotina.
Se eu tivesse que escolher o silêncio do desespero, seria o do cair das lágrimas depois de já não se terem na imensidão do que foram.
Se eu tivesse que escolher o silêncio da verdade, seria apenas ela, a verdade filtrada pela mudez, a verdade dos inocentes.
Se eu tivesse que escolher o silêncio do medo, seria o do vulcão da coragem de o poder ter.
Se eu tivesse que escolher o silêncio da saudade purificada pela distância da ausência, seria o da solidão da confissão suprema.
Se eu tivesse que escolher o silêncio de um sonho, seria o da serenidade de ele já não o ser.
Se eu tivesse que escolher o silêncio da esperança, seria sempre o da esperança do silêncio.
Se eu tivesse que escolher o silêncio dos silêncios, seria o deserto como antecâmara da eternidade na quietude do tempo e na serenidade do encontro.
Se eu tivesse que escolher uma palavra – só uma – para traduzir a plenitude do silêncio, seria adeus, que é a forma sincopada de nos dedicarmos a Deus.
Se eu tivesse que escolher o meu silêncio…
:
*(Adaptado de texto que escrevi para um livro
recentemente editado, “Um minuto de silêncio”,
da editora “Guerra e Paz”)
:
Fonte: Correio do Vouga

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 09 Maio , 2007, 14:35
MANUEL MELO, PRESIDENTE DA UDIPSS-AVEIRO




Não podemos nem devemos
trabalhar de costas
voltadas uns para os outros


Manuel Melo, fundador e presidente do Centro Social, Cultural e Recreativo de Carregosa, Oliveira de Azeméis, foi eleito e tomou posse, em 14 de Abril, como presidente da direcção da UDIPSS-Aveiro. Os novos corpos gerentes integram representantes de 15 instituições do distrito. A actual direcção propõe-se dar continuidade ao programa definido pela direcção anterior, liderada por Lacerda Pais, que assumiu, entretanto, o cargo de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro.
:
Solidariedade – Quantas IPSS há no Distrito de Aveiro e quantas estão filiadas na União Distrital? Manuel Melo – No Distrito de Aveiro há 217 IPSS, 117 das quais estão filiadas na UDIPSS. Mas destas, pouco mais de cinco por cento é que participam nas assembleias e encontros promovidos pela União.
Solidariedade – Isso significa que a nova direcção vai tentar sensibilizar os dirigentes para a necessidade de participarem mais e com mais regularidade nessas assembleias e encontros… Manuel Melo – É verdade. Vamos continuar a alertá-los para que comecem a participar mais e com mais interesse, porque achamos que as assembleias, encontros e outras reuniões proporcionam uma partilha de ideias, dando e recebendo, uns dos outros, informações e sugestões.
Solidariedade – Mas as IPSS recorrem à União, com regularidade?
Manuel Melo – Sim… recorrem com frequência. Vêm aqui pôr questões e procurar respostas de âmbito muito geral: jurídico e laboral, mas também ligadas à Segurança Social. Os dirigentes são atendidos pela nossa advogada e pela nossa funcionária. Vêm pessoalmente e até telefonam bastante. A sede da UDIPSS é hoje uma casa com muita gente e com vida. É sempre uma casa cheia, o que contrasta com as assembleias e outros encontros.
:
Leia mais no SOLIDARIEDADE

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