de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Domingo, 02 Dezembro , 2007, 10:01


Nos próximos cinco anos, Portugal vai gastar 348 milhões de euros para cumprir o Protocolo de Quioto. Um esforço financeiro que custará a cada português cerca de 35 euros. Para tanto, parece pouco, mas não chega para inverter a tendência destrutiva global que ameaça o ambiente.
Depois de anos de apelos e campanhas de sensibilização, a carteira está identificada como a única, e derradeira, forma de estimular a protecção do ambiente. Assim, os próximos anos serão de aumentos significativos no que aos recursos naturais diz respeito. O objectivo da União Europeia é que se consuma menos água quando quem a utiliza passar a pagar, além do custo real, o custo ambiental; que se produza menos lixo, quando a taxa de resíduos começar a reflectir o real custo do seu tratamento, cada vez mais complexo.
Para o ano, o Orçamento do Estado prevê já que 60% do valor do imposto automóvel seja calculado consoante as emissões poluentes do veículo. É justo que paguem mais os que poluem mais. Mas, nesta matéria, o dinheiro apenas ajuda a limitar os estragos ambientais, porque muitos são irreversíveis.
É incompreensível que uma questão de bom senso, que nos beneficia a todos, tenha de ser imposta à força e com sacrifícios económicos que as famílias podiam evitar ou, pelo menos, minimizar, se se empenhassem a fundo na defesa do ambiente.
Mas nunca é tarde de mais para começar.

Editorial do DN de hoje
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