DIA DE CAMÕES
Mª Donzília Almeida
Na sequência de definir os feriados nacionais, após a implementação da república em 5 de Outubro de 1910, coube às autarquias o papel de escolher a sua própria data, para as festividades locais. Foi assim que cada um pode fazer a sua escolha, tendo o município de Lisboa escolhido o dia 1o de Junho. Coincidia com a morte de Camões, em 1580.Considerando que o poeta representa a expoente máximo da glória portuguesa, foi escolhido como o fiel representante do povo português, aquém e além fronteiras, tendo assim ficado designado como a data da comemoração do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades.
Pareceu ao país, que esta tríade consubstancia a nossa essência de povo heróico pois Camões foi o lutador, o poeta que deixou para a posteridade uma obra de inigualável valor – Os Lusíadas. Todo o povo português ali está representado magistralmente, tendo-se tornado uma obra de referência a nível mundial.
Exemplo máximo de patriotismo, teve o dom de pressentir a perda da glória do seu país, quando, por conjunturas várias, Portugal, em 1580, perdeu a independência nacional a favor dos Filipes, reis de Espanha.
Estando já em estado moribundo, atribui-se-lhe esta frase: Morro com a pátria e pela pátria!
Nos tempos antigos, do século passado, o dia 10 de Junho coincidia com o encerramento das actividades escolares, nas escolas públicas, liceus e demais estabelecimentos de ensino.
Havia uma demonstração colectiva de ginástica, no Liceu que de forma apoteótica enaltecia o regime através do organismo da Mocidade Portuguesa Feminina. Os estudantes sabiam que as aulas tinham acabado.
Pelo que a memória me transmite, evoco o tempo calmo que se vivia, em que alunos e professores trabalhavam... sem a frustração enorme que invade todos, nestes dias de grande iluminismo!
09.06.10