Nesta visita que o Santo Padre programou para estes dias — 12, 13 e 14 de Maio — , passando por Lisboa, Fátima e Porto, há um encontro com artistas, académicos, intelectuais, agentes da cultura e homens e mulheres comuns. Serão 1400 de todo o país. E do grupo da gente comum faz parte este humilde católico que sou eu. Para ver e ouvir, repito, o Papa, em pé de igualdade com os convidados, crentes e não crentes, católicos e cristãos de várias correntes, membros de outras religiões não cristãs, ateus e agnósticos.
Como católico minimamente conhecedor da história da Igreja antecipo já a emoção que não deixarei de sentir na hora em que o Santo Padre dirigir a sua mensagem aos homens e mulheres da cultura, no sentido, certamente, de por ela e com ela valorizarmos o divino nas relações humanos, para que o mundo seja mais belo, mais justo e mais fraterno.
Estou já a antever uma mensagem carregada de esperança, com frases e palavras bem medidas, cada uma das quais à altura de nos fazer pensar e agir em conformidade, pese embora as nossas limitações no dia-a-dia cheio de nuvens que ofuscam o Deus que está em cada ser criado.
Em nome de todos os convidados falará Manoel de Oliveira, o realizador cinematográfico mais idoso do planeta, com os seus 101 anos de vida, em plena actividade artística. A sua juventude vai servir também, por si mesma, para nos estimular a viver em plenitude, sem nos deixarmos vencer pelo peso dos anos, antes assumindo a riqueza cultural, social, espiritual e humanista de experiências feita.
Fernando Martins