de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Domingo, 09 Maio , 2010, 11:28

 

Ribau Esteves

 

 

A última intervenção de fundo da primeira sessão das Conferências Primavera, que teve lugar na passada quinta-feira, no salão Mãe do Redentor, na Gafanha da Nazaré, coube ao presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, que falou de Gentes, Marés e Futuros.

Depois de afirmar que o mundo de hoje exige de todas as instituições a constituição de parcerias, tendo em vista juntar capacidades para mais facilmente se atingirem os objectivos programados, o autarca ilhavense adiantou que estas iniciativas, como as Conferências, servem para nos ouvirmos uns aos outros. «Temos o hábito de falar muito e de ouvir pouco», disse.

Ao falar de marés, termo a que estamos bastante ligados, considerou importante «determinar as nossas capacidades e gerir o risco», se é que queremos alcançar êxitos. Avançou com a necessidade de se «criar unidade», sendo conhecida a experiência da Igreja nessa linha.

Referiu que o poder local tem sido, nos últimos 30 anos, responsável pelo progresso a nível de diversas estruturas, educacionais e outras, e realçou a intervenção da Igreja Católica no sector na formação e acção social, enriquecendo sobremaneira «o tecido associativo».

Ribau Esteves frisou que as pessoas foram sempre o fulcro das energias sociais e culturais, entre outras, e que, como herdeiros dos nossos antepassados, temos de saber passar o «testemunho» às gerações vindouras.

Importa valorizar o positivo e a capacidade empreendedora, com vista a criar riqueza. «Não podemos ficar à espera que o Governo nos traga aquilo de que precisamos», enquanto recordou que a ligação ferroviária ao Porto de Aveiro demorou 20 anos a chegar.

As marés dos tempos que correm, com todos os seus desafios e complexidades,  «exigem respostas inovadoras». Face às crises por que passamos, está nas nossas mãos a vivência da solidariedade «para com os mais necessitados», ao mesmo tempo que se torna imperioso «dar primazia à educação». E acrescentou: «O cumprimento da escolaridade obrigatória não nos deve deixar tranquilos, até porque a cultura nos ajuda a abrir horizontes.»

O presidente da CMI considerou fundamental a valorização dos espaços públicos para o «encontro com os outros». E a finalizar, olhou para o panorama nacional, reclamando uma alteração profunda no sistema político: Um Presidente da República com poder executivo; uma Assembleia da República com metade dos deputados; e a Regionalização o mais depressa possível. Disse, ainda, que não vê interesse por parte dos poucos que lideram o PS e o PSD, para se levar por diante as reformas políticas  de que Portugal carece.

 

FM

 

NOTA: As Conferências Primavera prosseguem nas próximas quintas-feiras de Maio, pelas 21 horas, no Salão da Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré.


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