de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sábado, 08 Maio , 2010, 14:29

 Manuel Serra

 

«segundo dia da criação»

 

Manuel Serra, presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, foi o segundo convidado a intervir nas Conferências Primavera, oferecendo uma panorâmica histórica de terra e gente que hoje somos. Falou das dunas que pisamos sem lhe reconhecer o rasto, do ambiente lagunar que urgia corrigir para dar pão aos primeiros íncolas, da abertura da Barra de Aveiro, que o seu fautor, Luís Gomes de Carvalho, classificou, na carta que enviou ao Príncipe Regente, futuro D. João VI, como o «segundo dia da criação», já que o primeiro teve como autor Deus-Criador.

Recordou os tempos de trabalho para todos, das gentes que por aqui se instalaram, vindas de mil povoações do país, da maneira como foram integradas, das pescas e da  construção naval, a que importa voltar, das mulheres que, lado a lado com os maridos no amanho da terra, criaram riqueza, e que um dia os viram partir para o bacalhau, assumindo elas a educação dos filhos.

Manuel Serra, ao citar a carta de Luís Gomes de Carvalho, chamou a atenção dos presentes para a profecia que ela contém, pois que, a abertura da Barra, «faria duplicar o valor de toda a Província da Beira, e com o tempo a sua população».

Sublinhou a extraordinária concepção do barco moliceiro para navegar nas águas mansas da ria, «tão perfeito que nem é possível alterá-lo», e   evocou o esforço dos primeiros gafanhões que lutavam para sobreviver em dunas hostis. Não esqueceu o espírito de entreajuda e de cooperação dos nossos avós, salientando a criação dos róis de gado, autênticos seguros para compensar mortes ou outros acidentes dos animais que os ajudavam nos trabalhos agrícolas. Mais ainda: Quando a energia eléctrica passou pela Gafanha, deixando-nos às escuras ou à luz da vela e do candeeiro a petróleo, para se instalar na Barra, concretamente no Farol, os gafanhões souberam unir-se e fundar a Cooperativa Eléctrica, em 1938. Com a Revolução dos Cravos, aquela cooperativa, nacionalizada pelas novas políticas, deu origem à Cooperativa Cultural, mãe da Rádio Terra Nova.

 

FM

 


Leopoldo Oliveira a 8 de Maio de 2010 às 15:14
Só é pena que o Sr.Presidente da Junta, que gosta de referir as dunas como elemento marcante das nossas origens, ainda não tenha encontrado solução para a gigantesca duna que nasceu já lá vão alguns anos e que continua a crescer a norte da nossa cidade. É um grave problema que está a causar muitos transtornos pessoais e ambientais a todos os Gafanhões.
Se a abertura da barra foi referido como o segundo dia da Criação, a manutenção desta gigantesca duna está a ser o princípio do fim para muitos habitantes desta que se diz ser cidade.
Leopoldo Oliveira

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