«Quando o Titanic se afundou, por incúria e soberba do comandante, a orquestra continuou a tocar. Foi um gesto tão heróico quanto inútil e, por isso, ainda o recordamos. Desta vez, também a banda continua a tocar, enquanto o País se afunda, como se nada se passasse. Desta vez não é heróico, é ridículo e trágico.»
Luís Campos e Cunha
Público, 30-04-2010
NOTA: Com a minha idade, já passei por tantas crises que até lhe perdi a conta. Umas de âmbito local e nacional, outras de âmbito mundial. E sobrevivi. Milhões sobreviveram. Outros foram tristemente levados pela corrente. De qualquer forma, penso que a esperança é a última a morrer. Mas se a comparação que Luís Campos e Cunha, que foi ministro e abandonou o barco, nos apresenta tem o seu quê de "poético", não deixa de ser pertinente para nos acordar para os tempos difíceis que aí vêm. E pode ser que um dia, dos próximos anos, eu ainda possa dizer: passei pela crise da grande depressão de 2010, e resisti!
FM