Quando me desloquei a Ílhavo, esta manhã, passei por um grupo de homens que caminhava pela berma da estrada, como quem cuida, entre os pinheiros da Mata da Gafanha, do seu próprio coração. Todos os médicos e entendidos nestes temas da saúde são unânimes na defesa das caminhadas como prevenção contra os achaques cardíacos, ou não conseguissem elas diminuir o peso e afugentar gorduras acumuladas por abusos alimentares. Iam atentos, já que passeios não havia. Mesmo atentos, não deixa de ser um perigo.
Nem todas as povoações, vilas ou cidades, possuem passeios que permitam as caminhadas em segurança. Há os jardins e outros espaços, mas nem sempre estão à mão de quem precisa de caminhar.
Na Gafanha da Nazaré, os passeios existem na Avenida José Estêvão, mas por vezes não estão disponíveis. Há árvores que nos dão sombra no Verão, mas ainda contentores do lixo, alguns dos quais ocupando os passeios. Neste caso, somos obrigados a voltar à estrada, com os perigos que daí advêm. E também há quem estacione em cima dos passeios, levando o transeunte a correr os tais perigos.
Fora disso, caminhar em segurança é só nos largos e jardins, em especial, agora, no Jardim Oudinot.
Voltando atrás ao grupo que caminhava em direcção a Ílhavo, lembrei-me duma pista pedestre e ciclovia, lateral às estradas, para beneficiar quem gosta e precisa de caminhar. Ciclovia já existe nos caminhos das praias, mas a Mata da Gafanha talvez merecesse ser um pouco mais aproveitada junto às povoações, ao nível dessas infra-estruturas.
Disseram-me que há o circuito de manutenção Teresa Machado, mas garantiram-me que não tem frequentadores. É pena. Daqui, deste meu recanto, sugiro aos nossos autarcas que estudem este assunto. Pode ser difícil encontrar uma solução ideal. Porém, não há nada como tentar.
Fernando Martins