Participei hoje em mais um almoço-convívio de antigos alunos da EICA (Escola Industrial e Comercial de Aveiro) no restaurante Abílio dos Frangos. De frango só comemos o conhecido arroz malandro ou de miúdos. Saboroso e próprio para abrir o apetite de jovens com uma significativa carga de anos e trabalhos. Disse jovens porque os 36 que ali se juntaram souberam reflectir tempos idos, tal a alegria e o prazer do encontro.
Como não podia deixar de ser, foram evocados, com um minuto de silêncio, os que este ano já não puderem estar connosco. Um deles, o Machado, de Ílhavo, teve esta tarde o seu funeral. Ainda soube do nosso encontro, mas a sua hora de partir para a última viagem sem retorno chegou, neste mesmo dia.
Também foram lembrados o Arroja e o Pompeu que há meses nos deixaram as suas memórias, como sinal de que a vida tem como meta indiscutível e inegociável a morte terrena. Os crentes, como eu, acreditam que a vida continua de forma gloriosa com a ressurreição.
Depois do arroz malandro, de mistura com conversas sempre apetecidas, na perspectiva de que o futuro se constrói com os alicerces do passado e do presente, veio um cozido à portuguesa com um tinto que casou bem com as carnes e enchidos. Houve quem preferisse o branco e até o verde que, pelos vistos, neste último caso, não matava a sede ao conviva.
Sobremesas com fruta e doces, mais café que completa, muito bem, qualquer refeição que se preze. A conversa continuou como prato principal. Tive então a oportunidade de sugerir que no próximo encontro cada um se apresentasse com uma pequena história, pela positiva, onde as queixinhas das maleitas ficassem fora da mesa da confraternização. Veremos se a moda pega. Gostaria que sim. É que, meus amigos, o melhor que podemos fazer, nas nossas idades, é não acordar as doenças. Deixemo-las sossegadinhas a dormir. Falemos então das muitas coisas boas que a vida ainda nos reserva. Sem stresse, sem ansiedades. Porque a vida tem de continuar a ser vivida.
Fernando Martins