PELO QUINTAL ALÉM – 15
A GLICÍNIA
A
minha Madrinha Rosa,
meu Padrinho Manuel
e Afilhadas e Afilhados.
Caríssima/o:
a. Abrindo o portão à Páscoa, logo nos surpreende a glicínia, com os seus cachos de flores azuis pendentes da latada, em frente da casa. E não é só a cor, nem a forma, também o odor característico nos identifica com a magia que de todos os lados nos visita.
Certo que agora não têm som, já as não visitam as obreiras dizimadas pela varroose; uma ou outra abelha zune, não orquestra sinfonia, canta a solo!...
e. Pelas nossas Gafanhas não era planta que se topasse em cada esquina, mas de um ou outro muro se debruçavam os seus cachos.
i. Se me perguntarem a utilidade da glicínia cresce o meu embaraço.
Fora poeta e a imagem dar-nos-ia por satisfeitos; mas neste mundo em que estamos embrenhados e onde se não premeia a beleza, ... conversados!...
Mas ... é importante destacar que a glicínia é muito apreciada pelas abelhas, sendo uma espécie muito valiosa para os apicultores.
o. Quanto a aplicações medicinais fica a advertência: os cachos de flores azuis, lilazes ou brancas transformam-se em vagens semelhantes às do feijão que ingeridas dão origem a perturbações digestivas.
u. E apenas algumas curiosidades:
O crescimento da glicínia é lento a moderado e pode levar anos para que se torne adulta e inicie o florescimento; porém é muito longeva, vivendo até 100 anos.
Os gregos e os romanos tinham o costume de se enfeitarem com glicínias, pois acreditavam que elas preservavam o amor conjugal.
As glicínias eram as flores preferidas da Arte Nova, no século XIX.
Azuis, brancas ou rosadas, são um presente que sugere amor e carinho, simbolizando a ternura, a beleza e a amizade.
Arthur Conan Doyle escreveu um policial intitulado “Wisteria Lodge” [em português: “Vila Glicínia”], publicado em 1908, onde narra mais uma caso resolvido pelo famoso detective Sherlock Holmes e o seu inseparável Watson.
E ficam os votos de Santa Páscoa... mesmo que não as saboreemos, deliciemo-nos com as espantosas cores das amêndoas ... e dos folares!
Manuel