Dia do Pai,
tão bem situado no calendário
Por Maria Donzília Almeida
Quase no iniciar da Primavera, aí está o Dia do Pai, tão bem situado no calendário.
A temperatura começa a subir, o frio insistente do Inverno dá um pouco o lugar ao seu antagonista, o calor, e parece que toda a natureza também se quer associar a esta efeméride. Nos campos e jardins, os rebentos indiciadores de uma nova vida, aparecem a exibir a força da seiva que percorre plantas e árvores. É o hino que a mãe natura presta ao seu Criador e aconchega o homem nos caminhos árduos da sua sobrevivência.
Que melhor cenário para comemorar o Dia do Pai, do que este espectáculo de luz e cor?
S.José, o patrono desta comemoração é bem o símbolo da união familiar e o pilar onde assenta a coesão da família. Ficou para a história como pai adoptivo de Jesus, que muito bem desempenhou as suas funções de educador. Viu-se a excelência do seu desempenho!
Todos aqueles que sentem algum laivo de elevação e gratidão pelos seus pais evocam os momentos felizes que com eles passaram: as brincadeiras, os momentos passados em família, os passeios pela mão ou na companhia do pai, enfim, a descoberta do mundo que a sabedoria e experiência da idade madura nos proporcionam.
Felizes aqueles que ainda têm a presença do seu pai, nas suas vidas, pois é uma riqueza inestimável. Eu, uma afortunada da sorte, ainda me posso incluir nesse número. Tenho um pai de 90 anos, homónimo do seu patrono, que se mantém íntegro no corpo e no espírito. Apesar das maleitas da idade e outras, nunca sofreu uma intervenção cirúrgica, o que lhe permite manter a sua integridade física e locomotora. Desloca-se a pé ou de bicicleta com a mesma agilidade de muitos jovens e com mais verticalidade que muitos dos nossos alunos, que devido a posturas incorrectas, sofrem já de escoliose.
Para isso muito contribuiu uma higiene de vida mental e física que o norteou por princípios rectos e valores morais.
Desde os primórdios da minha juventude, que fui sensibilizada para a comemoração destes dias. Lembro-me dum singelo poema que lhe ofereci e que ele colocou numa parede, em lugar visível e acessível. Transcrevo o texto, que parece, nos tocou a ambos:
Todos os dias o sol
adormece
Cansado da vida que a terra
lhe deu
Todos os dias um pai
estremece
Abraçado à hora que o filho
nasceu
Todos os dias meu Deus
quanta dor
O pai atravessa vergado de amor
Hélio Costa Ferreira