de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Domingo, 28 Fevereiro , 2010, 08:01

PELO QUINTAL ALÉM – 10

 

A HERA

 

A

Ti Melrito

   Caríssima/o:

 

a. Ali está a revestir um muro; de vez em quando é preciso irmos a ela e rebaixá-la que se prepara para tudo cobrir!.

Também sobe pela palmeira e, quando nos distraímos, os pardais saem dos ninhos que esconderam sob a sua folhagem pelo tronco acima...

 

e. Como todos sabemos, a hera é uma planta trepadeira que surge espontaneamente no campo, revestindo muros, paredes e mesmo árvores, servindo-lhe uns e outras de suporte para trepar e a que se agarra com as suas raízes adventícias.

Em Portugal, para além de espontânea, é também utilizada como planta ornamental. Existem algumas pessoas que apreciam a hera permitindo que adorne com o seu manto sussurrante os caramanchões, as grades ou as fachadas de suas casas. Outras consideram-na uma planta prejudicial e destroem-na.

É certo que a hera deteriora as paredes e que quando invade o solo, nenhuma outra vegetação consegue encontrar o caminho para a luz.

No entanto, não é um parasita, pois apesar de se agarrar às árvores, não se alimenta da sua seiva. Por outro lado, a sua floração tardia assegura uma boa provisão aos insectos também durante o Outono. As aves canoras gostam de comer os seus frutos. Lenhosa importante para a nidificação e abrigo de pássaros.

 

Pelas nossas Gafanhas não era difícil encontrar heras quase todas devidamente “domesticadas”.

 

Hoje, será assim?

 

 

 

i.  E que aproveitamos da hera além de, por vezes, violentos exercícios físicos (para manter a forma?) e de uma rápida deterioração do muro?

E atenção:

Os seus frutos que amadurecem na Primavera são tóxicos não devendo ser consumidos.

 

o. A planta tem uma longa tradição na medicina, tendo sido mencionada por autores na Roma antiga.

Fitofarmacêuticos à base de hera são usados oralmente para o tratamento sintomático de tosses, particularmente as tosses espasmódicas observadas como a coqueluche.

As suas propriedades tónicas, excitantes e levemente diuréticas são usadas para as diarreias infantis.

Tem acção antiespasmódica sobre os órgãos respiratórios e digestivos. Age também como anticatarral, béquico, estomáquico.

 

u. «Tradicionalmente, a hera escondia os duendes sob a sua folhagem, protegia as casas dos espíritos malignos e era tida como símbolo de fidelidade e longevidade. Juntamente com a vinha, associa-se ao deus Baco.»

 
«A semelhança da hera com a vinha, o serem ambas plantas trepadoras fez com que os antigos acreditassem que a hera tinha a particularidade de atenuar os effeitos do vinho. Para isso os bebedores enfeitavam-se com corôas de hera, ornamentando tambem com ellas as estatuas e o thyrso de Baccho.
Antigamente usava-se á porta das tabernas ramos de hera ou de carvalho. Os dois vegetaes tinham n'aquelles locaes, a mesma identica significação; recordavam o amor, a voluptuosidade, a força e a alegria que o vinho dá áquelles que o bebem.
É a hera tambem simbolo da ambição por subir mais alto que todas as outras plantas, aproveitando tudo o que a póde ajudar a subir, e terminando por aniquilar e deitar por terra o que lhe serviu de apoio.
Na Allemanha, ainda hoje, entre as classes populares existe a crença de que quem trouxer uma corôa de hera na cabeça, tem o entendimento mais lucido e gosa da propriedade de descobrir as feiticerias.»
 
«Segundo a mythologia, um filho de Baccho, por nome Kisso, indo a dançar deante do carro triumphal do pae cahiu por terra, e as rodas do vehiculo passando-lhe por cima mataram-o. A deusa Cybele compadecida do triste fim do infeliz moço, transformou-o em hera.»    
 
Manuel

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