de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 18 Fevereiro , 2010, 09:13

O meu conterrâneo e amigo, C.te José Vilarinho,  cá está de novo a dar-nos conta do que vai vendo e apreciando nos seus Cruzeiros, por paragens carregadas de história e de sonhos...

Com um obrigado pelo sua partilha, aqui fica o que nos enviou.

 

Fernando Martins

 

 

Nascer do sol

 

Caro amigo professor Fernando e todos os leitores do seu Blogue
 
Parece coincidência, mas eis-me aqui, no início do primeiro cruzeiro da temporada e navegando no meio do Canal do Suez, quando recebo a sua mensagem.
Parece que tinha que partilhar esta experiência consigo e com os seus leitores.
 
 
 
 

Oásis

 

A Passagem do Canal do Suez

 
 
O Canal do Suez liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, facilitando assim o trânsito de navios entre o Ocidente e o Oriente, sem ter que dar a volta ao Cabo da Boa Esperança (África do Sul).
A travessia deste canal é feita em regime de Comboios (Grupo de navios ), saindo um de Port Said para o Sul em direcção ao Suez e outro do Suez em direcção ao Norte, a Port Said.
Cada Comboio pode ter ate 25 navios, mas, como o canal só permite tráfego em um sentido de cada vez, o Comboio do Norte pára a meio da travessia, no GREAT BITTER LAKE, esperando a passagem do Comboio do Sul, que faz a travessia sem paragens.
Neste momento o Canal permite a passagem a navios até 20 metros de calado.
A travessia leva cerca de 15 a 17 horas, dependo do número de navios e tempo de espera.
É fantástica a sensação de se estar a navegar pelo meio do Deserto, sempre com areia dos dois lados a perder-se de vista, por um canal que foi aberto pelo homem ao longo de muitos anos.
Mesquita
 
Segundo a História, a primeira escavação foi toda feita à mão e a areia removida em cestos carregados às costas pelos trabalhadores.
Mais tarde, com o aparecimento das máquinas, nasceu o canal que se conhece hoje.
A passagem iniciou-se em Port Said, cerca da meia noite, e enquanto navegávamos fui tentando apanhar momentos da vida deste povo, que desde o nascer do sol começa a movimentar-se, para realizar os seus afazeres. Aqui partilho convosco alguns desses momentos.
Apesar de ser uma zona em "PAZ", a presença militar é constante: instalações militares, soldados, torres de vigia etc.
Do lado Oeste é possível ver-se, quase durante toda a travessia, muitas áreas verdes de cultivo, Oásis, e sinais de vida.
 
Lado Este
 
Do lado Este é só areia e mais areia, rasgada de vez em quando por estradas, que se perdem de vista sem alcançar destino.
Ainda muito cedo, o sol apenas raiava e já era possível ver as pessoas a dirigirem se aos seus trabalhos, caminhando, apanhando o ferry ou mesmo montadas nos seus burros.
As crianças também muito cedo, já despertas, brincavam nas dunas de areia e esperavam para irem para a escola.
 
Lado Oeste
 
Apesar de estarmos em Fevereiro, a temperatura subiu aos 36 graus durante o dia, razão pela qual tudo começa muito cedo, a fim de se poder evitar as horas de grande calor.
A travessia para o Sul termina no Suez com uma imponente Mesquita saudando todos os navios que passam.
Tinha passado o Canal do Suez há cerca de 20 anos. Era então praticante na nossa famosa companhia de Petróleos SOPONATA.
Passado este tempo, volto a passar agora como Comandante, e sinto que os anos passaram por mim, mas no Canal do Suez tudo continua mais ou menos com dantes.
 
Vamos estar por aqui até Abril, navegando entre Alexandria, Port Said, Suez, Safaga, Sharm EL Sheik, y Aqabba, na Jordânia.
 
Seguirei dando notícias.
Um abraço para todos
 
José Vilarinho
(C.te)
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