Há muito, muito tempo, tanto que lhe perdi a conta (vejo no registo que foi em Março de 1976!), escrevi no Timoneiro, no «Postal do Porto»:
“A propósito, talvez aches piada a este caso que parece... anedota:
Aula de leitura da primeira classe. (A escola tinha as quatro classes e eu, por exemplo, tive de levar o banco para me sentar!)
Estava a praticar uma de nós: Ia dizendo:
«H-agá, não se lê; E i; e um Rê e um O – ru; e um I; e um Nê e um A – na: OIRINA.»
O que aí fica é autêntico...”
E acrescentava em jeito de rodapé:
“P.S.- O que a nossa companheira estava a ler era aquela lição do H e a palavra era: ...HEROÍNA. Como nos rimos, inocentemente, Oliveiros!”
Início de aprendizagem atribulada!
Mas um outro exemplo ilustra uma bem conseguida...
Tarde de domingo; leitura atenta do Correio de Vouga por um nosso Ancião que muito respeitávamos.
Ouvimos então um gaguejar que nos fez parar a brincadeira e erguer os ouvidos:
- Olhem lá, esta palavra é esquisita, o que quer dizer: FON-TAI-NE-BLE-AU!
E ele silabou toda a palavra com um AU aberto, tal como em BACALHAU! Os que tínhamos aprendido uns rudimentos da língua francesa no liceu fomos espreitar e sorrimos, porque era evocado o célebre “tratado de Fontainebleau”. Demos umas pinceladas de história e ouvimos como resposta:
- Mas por que é que não escrevem em português?
Com o pedido de desculpa pela sensaboria das estórias fica à espera das vossas, essas sim..., o
Manuel