27 de Novembro de 1908
Por sua vez, Armando Tavares da Silva, catedrático aposentado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, diz, no seu livro "D. Manuel II e Aveiro – Uma visita Histórica (27 de Novembro de 1908)", que houve “cerimónias, festas e realizações populares”. Acrescenta que “D. Manuel II esteve ainda presente no distrito de Aveiro por mais duas vezes pouco antes do 5 de Outubro de 1910. A primeira para uma demorada permanência no Buçaco, no Verão desse ano, e a segunda para as comemorações do primeiro centenário da batalha do Buçaco, em Setembro de 1910”.
Mas se é verdade que as festas foram imponentes, com a adesão popular e das autoridades, também é certo que a oposição se manifestou contra a visita, denunciando as altas despesas que ela comportou.
No livro de Armando Tavares da Silva, pode ler-se, citando O Commercio do Porto, que as festas foram brilhantes, "cumprindo comtudo especialisar os numeros da noite, isto é, o fogo, as illuminações e a marcha, que chegaram a exceder a espectativa dos proprios organizadores".
Depois, adianta: "Passava das nove horas quando se deu por finda esta brilhante festa, que decorreu tão cheia de enthusiasmo como de distincção."
Por sua vez, O Democrata, que havia considerado a visita como “Real bambochata”, descreveu com sarcasmo o que viu, sublinhando que “a academia de Aveiro foi reforçada com collegas do Porto e de Coimbra”; referiu que “o sr. Dr. Jayme Silva […] animando com a sua voz cavernosa as frias gentes [estava] sempre prompto a defender o régio vizitante d’algum attentado… feminino. O povo não acclama […], move-se para ver o moço rei que […] ostenta vistosas condecorações […]”
Fernando Martins