Muitas informações que me enviam, de todos os lados, vêm carregadas de ordenados incríveis, de duplas e triplas reformas multimilionárias, de lucros espantosamente altos, de anomalias inadmissíveis, de erros crassos. Quase tudo de gente ligada à política, no activo ou na reforma.
Sabe-se que os jornais, sobretudo os de grande circulação, andam carentes de leitores (a eterna luta das audiências, das publicidades, das tiragens), o que leva os jornalistas a procurarem, porventura nem sempre com o devido rigor, escândalos e irregularidades de quem nos governa. Mesmo que tais acusações não venham a confirmar-se, ninguém jamais conseguirá lavar a mancha que sujou o nome das pessoas visadas. O PÚBLICO continua à frente do campeonato dos eventuais deslizes do primeiro-ministro, José Sócrates. Há tempos foi sobre o seu diploma e agora vem com a assinatura de projectos que não terão sido elaborados por ele. Amanhã virá com outras páginas que levam os leitores, ávidos de roupa suja, a correrem aos quiosques. O EXPRESSO, hoje, também veio com uma história sobre os antigos ministros do CDS. Teremos, mesmo, de acreditar em tudo isto que os órgãos de comunicação social nos oferecem no dia-a-dia? Se for verdade, meus amigos, que políticos temos nós? Que compatriotas nossos assumem os destinos do nosso povo? Que democracia é a nossa? Será que Portugal se aguenta assim?
Apesar de tudo, continuo a pensar que há, decerto, exageros, ódios camuflados e invejas de quem gosta de agir a coberto das leis da imprensa. Normalmente, essas denúncias, que circulam, em grande escala, na Net, nunca são assinadas. E se o são, ninguém conhece os seus autores… O anonimato tem no ciberespaço um campo ideal. Temos de ter cuidado.
FM