de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sábado, 26 Janeiro , 2008, 21:33

A fotografia de Ângelo Ribau, recentemente divulgada no blogue, teve o condão de me fazer tirar dois livros da estante que reli com satisfação e me transportaram ao tempo das avionetas. Trata-se de “HIDRO-AVIÕES NOS CÉUS DE AVEIRO” e “A MÍSTICA DE AVEIRO NA AVIAÇÃO NAVAL”, ambos escritos por Joaquim Nunes Duarte. Claro que ao falar de Aveiro e de aviões, a Gafanha e as suas gentes não poderiam ser excluídos por estarem estreitamente ligados ao assunto como descreve o autor com muito afinco e sensibilidade. Estes apontamentos estão pejados de histórias pitorescas da época e da interligação havida entre o pessoal dos aviões e as populações envolventes.

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Saberá a geração actual que aquela a quem ainda chamamos “Base de S. Jacinto”, começou por ser em 1917 um centro de luta anti-submarina instalado e usado por aviadores navais franceses que se retiraram em 1918 com o fim da guerra? Nesse ano foi aí instalada a Aviação Marítima Portuguesa começando por utilizar o equipamento cedido pelos franceses. Em 1920 foram aqui preparados os hidroaviões com que Gago Coutinho e Sacadura Cabral fizeram a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Em 1952 é extinta a Aviação Naval e com ela a Escola de Aviação Naval Almirante Gago Coutinho. (A Marinha só voltaria a voar em 1993 com a aquisição de helicópteros para as fragatas da classe “Vasco da Gama”). A Aviação Naval é junta com a Aeronáutica Militar (do Exército) dando origem à Força Aérea Portuguesa. A área de S. Jacinto passa a ser a Base Aérea nº 7 nela funcionando agora a Escola de Aviação Gago Coutinho até 1976. Nesse ano a Força Aérea instalava em S. Jacinto a Base Operacional de Tropas Pára-quedistas. Em 1994 é a vez do Exército iniciar o seu ciclo de ocupação com a Brigada Aerotransportada, formada pela junção dos Páras e Comandos e o aeródromo passa de militar a civil.



A foto acima é de 1941, obtida logo após a inauguração do hangar em primeiro plano, construído pelos Estaleiros Navais de S. Jacinto criados no ano anterior. Os hangares eram virados para a ria para possibilitar o acesso dos hidroaviões. À esquerda vê-se a messe de oficiais, por trás do hangar as oficinas, as messes dos sargentos e o alojamento das praças. O hangar mais pequeno servia para montagem de aviões.








Nos primórdios da Aviação Naval o comando estava instalado no Forte da Barra. Depois muita coisa foi melhorada, sendo ainda no tempo da Marinha construída a pista de aterragem com 1400 metros de comprimento – a primeira do país a ser iluminada – novos hangares e a Torre de Controlo.

A passagem a aeródromo civil trouxe novas asas e novas perspectivas.


Por aqui passou a volta a Portugal de avião em Agosto de 1994. Novos voos se seguirão.


João Marçal


Anónimo a 27 de Janeiro de 2008 às 15:03
Boa lição. Obrigado João Marçal pela lição sobre a nossa terra.
Estamos sempre a aprender neste Blog

Carlos Pereira

Anónimo a 27 de Janeiro de 2008 às 15:46
Assim vale a pena. Sabia da história, mas não com os pormenores aqui descritos. Obrigado João. Levantei a lebre e foi o bene4ficiado com o que aprendi.

Ângelo Ribau

Anónimo a 27 de Janeiro de 2008 às 17:31
É isso mesmo. Umas achegas atraem outras...

João Marques

Pedro Ferreira a 1 de Dezembro de 2009 às 04:26
Vim dar-lhe os meus parabens pelo seu blog, como entusiasta da aviação e piloto adorei esta sua entrada no mesmo e não poderia deixar de vir deixar um pequeno comentário.
Adorei as fotos antigas do aeródromo onde actualmente voo com muita regularidade e no qual voei a solo pela primeira vez. Por isso São Jacinto é para mim um lugar muito especial, local cheio de história e tradição aeronáutica a qual é necessária manter.

Abraço

Pedro Ferreira

pinto a 11 de Janeiro de 2010 às 19:38
Gostei do Blogue
Cumprimentos

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