2. Nunca a «desculpa de mau pagador» das más imagens ou menos boas práticas políticas poderá ser justamente argumento para a não participação. Poderão, porventura, existir muitas condicionantes, circunstâncias e até dúvidas sobre o «peso» de cada voto; poderão existir visões ou distracções promotoras de uma indiferença generalizada diante da distância dos centros de poder (europeus) para que se vota… Mas nada nem nenhum argumento, numa sociedade madura que se deseja, justificará qualquer sentimento e prática de abstenção. Sociedade não participativa será comunidade social adormecida. Esse adormecimento, depois consequentemente, deita por terra o terreno activo de credibilidade reclamadora e estimulante.
3. Sendo que por vezes até pode interessar a indiferença ou um não pensamento de visão crítica integral a determinados agentes políticos, a verdade é que nada poderá afectar a necessidade de alimentar a democracia diária de que também a possibilidade de votar é expressão inequívoca. Uma certa anemia social da sociedade civil portuguesa, que se denuncia volta e meia, é desafiada a ser superada nas eleições europeias(?).
Alexandre Cruz