de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 20 Fevereiro , 2008, 20:17
Em tempos idos fomos descobridores, inovadores e construtivos, gente que ensinou a outros novos caminhos de vida. Agora, não pouco se passa de copiadores acríticos nas mãos de publicitários interesseiros, que encontram com facilidade quem lhes faça a vontade e sirva os seus projectos.
Na Mealhada, em Estarreja ou em Ovar, em Torres Vedras, em Sintra ou em Loulé, o Carnaval de Inverno não passa de uma imitação paupérrima do Carnaval do Verão, no Rio ou noutras cidades do Brasil. Chova ou faça neve, o que atrai gente são as meninas descascadas, as piadas brejeiras, o clima de “vale tudo porque é Entrudo”.
Quanto recordo a alegria sã das nossas aldeias, os entremezes e um teatro popular que divertia, barato e sem apetências de exploração e ganhos... Porque o móbil verdadeiro não é o povo, então, para recuperar encargos e ganhos, se o tempo de chuva não o permitiu, prolonga-se o Carnaval na Quaresma, apagando ou menosprezando dados que enriqueceram e deixaram marcas culturais profundas. Há tempo para tudo, sem atropelar nem desrespeitar cada tempo.
No campo lúdico, o futuro não promete ser melhor. Já vemos como os jovens, que terminaram cursos superiores, que o país lhes pagou, a não ter mais imaginação para celebrar a sua festa de fim de curso, que a generosidade das cervejeiras, com o consequente espectáculo de bebedeiras que levam dezenas aos hospitais, bem como um programado clima permissivo que despoleta desgraças que vão destruindo a gente nova.
Diz-nos um estudo-sondagem recente, feito em Coimbra, que 30% das jovens universitárias estão contagiadas com HIV. Não há efeitos sem causas.

António Marcelino
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Fonte CV

joão marçal a 21 de Fevereiro de 2008 às 00:41
Há uns anos que "colecciono" carnavais portugueses, daqueles ainda não contaminados pelo fervor tropical. Este ano estive no Lindoso: duas carroças de bois decoradas;uma com o Pai Velho (Inverno) outra era o Carro das Ervas (Primavera) decorado com verdes e flores amarelas. A história é sempre a mesma: a despedida do Inverno e a chegada da Primavera. Depois de um cortejo que dá a volta á povoação (200 hab) realiza-se um baile popular ao som das concertinas com música local. À meia noite faz-se o enterro do Pai Velho. Tudo isto sem samba mas com alguns petiscos oferecidos durante o cortejo. É assim todos os anos e é assim que o pessoal gosta.

E felizmente que nem todos os jovens festejam o final da carreira académica com um coma alcoólico (o que se torna difícil).

JM

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