de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 19 Dezembro , 2008, 13:57
13 de Dezembro

No centro comercial, a multidão, fugidia, olha as montras à cata do provável, mas apenas lhe sai o impossível. No ar, as velhas e sempre novas melodias, que nos embalam e nos transportam a natais de misteriosos sonhos. As crises marcam indelevelmente o ânimo dos desempregados que olham com amargura o fim do mês que está longe com o magro subsídio, sempre recebido como esmola. Mas há os que, sem trabalho, ainda ficam mais ricos, com direito a férias nos Alpes Suíços. Um Natal de mágoas para uns; um Natal de alegrias sem peso nem medida para outros.
Os últimos acontecimentos, carregados de problemas sociais, denunciam a fragilidade de conceitos que tínhamos como certos. A inconsistência de teorias políticas e económicas obriga-nos a repensar a vida presente, numa perspectiva de um futuro com mais segurança e com mais paz. O nascimento do Menino Jesus, que o dia 25 de Dezembro nos oferece, como símbolo da fraternidade universal, pode ser o ponto de partida para opções que nos estimulem e indiquem caminhos para a necessária e urgente construção de uma sociedade mais cristã e, por isso, mais solidária.
FM
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Marieke a 20 de Dezembro de 2008 às 01:30
Para si..professor um dos meus poemas preferidos do Natal

Chove. É dia de Natal

Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.

Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.

Fernando Pessoa

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