de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sábado, 22 Maio , 2010, 08:55

João Marcelino, no DN, diz que Mota Amaral é um homem de Estado. E explica a diferença que há entre um político populista e demagogo e um homem de Estado:«Para o primeiro, vale tudo. Para o segundo, a defesa do Estado de direito tem prioridade, mesmo que isso colida de frente contra os interesses momentâneos da própria família política.»

Pois claro. É óbvio que entre a nossa classe política há poucos homens e mulheres de Estado. Há demagogos que sacrificam os interesses do Estado em favor dos seus interesses pessoais e partidários. Infelizmente, somos o País que somos.

 

FM

 

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Editado por Fernando Martins | Sábado, 22 Maio , 2010, 00:31

Henrique Raposo diz no Expresso que «O nosso mapa autárquico é um absurdo. Temos 308 câmaras e 4251 juntas. Esta divisão política transporta o país para a época em que as distâncias eram vencidas pela carroça.»

 

Concordo, claro... Mas o melhor é ler aqui.

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Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 20 Maio , 2010, 13:21

 

 

«Portugal tem atravessado crises igualmente más — mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não […] e os homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela política.»

 

Eça de Queirós, Correspondência (1891)

 

Citação na revista LER de Maio


Editado por Fernando Martins | Domingo, 16 Maio , 2010, 18:22

 

 

Depois do acordo estabelecido entre Sócrates e Passos Coelho, para ultrapassar a crise por que estão a passar Portugal e os portugueses, chovem críticas de todos os lados. Até parece que os interesses partidários estão acima dos interesses do país.

Penso que este entendimento foi bom e respondeu aos avisos do Presidente da República, que há muito vinha alertando para a necessidade de os políticos acertarem num consenso que provocasse a credibilidade de que Portugal precisa, no âmbito das agências que mandam nas economias e finanças a nível mundial.

Apesar dos sinais vindos do exterior e dos avisos dos responsáveis da UE para este sector, não faltam políticos ansiosos por ver tudo isto — o país e os portugueses — na bancarrota, no caos, na terra queimada. Confesso que fico perplexo.

Será que patrocinam novas eleições, numa altura em que urge acertar o passo e correr até para não perdermos o comboio em que estamos metidos? Será que estamos apostados em discutir, discutir, discutir, evitando ou impedindo o que deve ser feito?

Alguns políticos, cuja lengalenga já conhecemos, falam por falar, porque se se calarem passam à reforma. Outros engasgam-se com as suas contradições e exibem-se na comunicação social, sem nada acrescentarem de novo. E Portugal continua nisto.

Como homem comum, penso que a ajuda do PSD ao Governo do PS veio na hora certa e terá, ao que julgo, o apoio do Presidente da República e dos nossos parceiros da Europa comunitária. Só dentro do país é que não falta quem proteste…

 

FM

 


Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 04 Maio , 2010, 12:40

Margarida Alves, presidente da Assembleia de Freguesia

 

 

 

Uma das minhas paixões

é ser autarca de tão nobre terra

 

 

Margarida Alves, bancária, é presidente da Assembleia de Freguesia da Gafanha da Nazaré. Há 20 anos veio da Guarda, onde começou muito jovem a militância política na JSD. E quando chegou à nossa terra, cedo se identificou com as suas gentes.

«Quem vem do interior para o litoral traz normalmente alguns receios, à espera de encontrar realidades muito diferentes». Foi o seu caso. Imaginava que as pessoas por aqui seriam «mais individualistas», mas depois descobriu que não eram.

 

Entrevista conduzida por Fernando Martins

 

 

 

 

Quando sentiu gosto pela política?

Desde muito nova. Talvez por ter nascido no ano da revolução. Sempre me habituei a lidar com livros sobre política, o que agradeço a meus Pais, que primaram por me dar uma educação livre e democrática, dando-me abertura para que tomasse as minhas decisões, nomeadamente políticas.

Mas de facto houve um momento marcante na minha infância. Foi no dia 4 de Dezembro de 1980, quando foi anunciado o acidente de Camarate, em que o primeiro-ministro de Portugal, Sá Carneiro, faleceu.

Olhava para minha mãe e as lágrimas corriam-lhe. "Não é possível; isto não nos pode estar a acontecer", dizia ela. E o meu pai, na transmissão do funeral, dizia "Portugal perdeu um grande líder, mas acima de tudo um grande homem." Embora muito jovem foi uma memória que me acompanhou até hoje.

  

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Editado por Fernando Martins | Sábado, 01 Maio , 2010, 23:33

Alegre contra interferência de Cavaco nas opções do Governo

 

‎«O candidato presidencial Manuel Alegre considerou hoje incorrecto que Cavaco Silva, perante o ataque especulativo contra Portugal, faça afirmações que possam ser interpretadas como interferência nas opções do Executivo.»

 

Leia mais aqui

 

NOTA: Confesso que às vezes fico confuso com Manuel Alegre, um democrata com nome já na história recente do nosso país. Ora proclama que Cavaco peca por ficar (aparentemente) indiferente à acção do Governo (Quem sabe o que diz ele nas reuniões regulares com o primeiro-ministro?), ora acusa o Presidente da República de interferir nas opções da equipa governamental.

Com a crise grave que se avizinha, como se vem dizendo ultimamente, toda a gente acusa toda a gente, num sinal claro de que se está a perder o Norte. As crises, julgo eu, ultrapassam-se com muita coragem, mas também com a serenidade indispensável para não se escorregar...

O PR tem a obrigação, na minha modesta opinião, de alertar para os perigos da situação grave que atravessamos. E ao fazê-lo não pode deixar de se dirigir a todos, sejam eles governantes ou simples cidadãos. Alguém estará convencido de que Manuel Alegre passaria a vida calado se se sentasse na cadeira de mais alto magistrado da Nação? Será que apenas falaria de poesia, em que é mestre, aliás?

 

FM

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Editado por Fernando Martins | Sábado, 01 Maio , 2010, 21:19
Editorial do EXPRESSO de hoje
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 28 Abril , 2010, 13:47

Governo e PSD estão de acordo quanto à urgência e necessidade de trabalharem em conjunto para debelar a crise. «José Sócrates e Pedro Passos Coelho sublinharam hoje a intenção de “trabalhar em conjunto” para tentar debelar a crise económica e financeira. O primeiro-ministro e o líder do PSD prometeram cooperação e diálogo regular.»

Ainda bem. Aplausos para o diálogo regular. Leia mais aqui

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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 28 Abril , 2010, 11:55

A Grécia chegou à falência. A UE vai tentar salvá-la, com a ajuda de todos os países-membros. Portugal também faz contas para dar um empurrãozinho. Mas não falta quem já ande a pregar que a seguir vamos nós. Mesmo os mais optimistas, como eu, começam a ficar apreensivos. E se formos contagiados ou arrastados, como é que vamos aguentar o barco, que já navega quase há mil anos? Como é que vamos reagir a uma situação tão delicada? Será que os nossos políticos todos, de mãos dadas, terão capacidade e ciência para dar a volta por cima? Ou vão continuar, como têm andado há muito, com guerrinhas, talvez à procura do poder à custa do caos? 

O jornal i faz uma análise para pensarmos muito nisto tudo.

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Editado por Fernando Martins | Domingo, 25 Abril , 2010, 20:47

Da intervenção do Presidente da República no Parlamento:

 

 

 

Situações de pobreza e de exclusão

são indignas da memória

dos que fizeram a revolução de Abril

 

 

«A sociedade portuguesa é hoje mais justa do que aquela que existia há 36 anos. No entanto, persistem desigualdades sociais e, sobretudo, situações de pobreza e de exclusão que são indignas da memória dos que fizeram a revolução de Abril.

A sensação de injustiça é tanto maior quanto, ao lado de situações de privação e de grandes dificuldades, deparamos quase todos os dias com casos de riqueza imerecida que nos chocam.

Na minha mensagem, no primeiro dia do ano de 2008, disse: “sem pôr em causa o princípio da valorização do mérito e da necessidade de captar os melhores talentos, interrogo-me sobre se os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores”.

Embora este meu alerta não tenha então sido bem acolhido por alguns, não me surpreende que agora sejam muitos os que se mostram indignados face aos salários, compensações e prémios que, segundo a comunicação social, são concedidos a gestores de empresas que beneficiam de situações vantajosas no mercado interno.

Como já afirmei noutra ocasião, na génese da actual crise financeira e económica internacional encontra-se a violação de princípios éticos no mundo dos negócios e a avidez do lucro fácil, a que se juntaram deficiências na regulação e supervisão dos mercados e das instituições financeiras. Os custos sociais traduzem-se hoje em perda de poupanças amealhadas com grande esforço, destruição de empregos, emergência de novos pobres.

As injustiças sociais e a falta de ética são dois factores que, quando combinados, têm efeitos extremamente corrosivos para a confiança nas instituições e para o futuro do País.

A injustiça social cria sentimentos de revolta, sobretudo quando lhe está associada a ideia de que não há justiça igual para todos.»

 

Ler toda a Mensagem aqui

 

 


Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 22 Abril , 2010, 12:22

 

O Ex-Presidente da República Jorge Sampaio diz-se "nada satisfeito com a qualidade da democracia em Portugal". Na opinião de Sampaio, a sociedade civil no nosso país é "pouco actuante" e os poderes políticos são influenciados por "sectores corporativos", como o da justiça.

 

Ler mais aqui

 

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Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 15 Abril , 2010, 18:48

Gente maculada e amachucada para toda a vida

 

António Marcelino

 

Dizia-me uma vez um Ministro da Justiça a quem eu perguntava como agir em situações de manifesta injustiça para os que cumpriam os seus deveres cívicos, que teria eu de me habituar a ver que “a honestidade paga imposto” e que “os beneficiados pelo fisco são sempre os que o aldrabam”. Veio-me à mente esta conversa ao tomar consciência da desonestidade corrente, nomeadamente em certa comunicação social, para perceber porque cresce o número dos desonestos. À sombra de que não se é obrigado a denunciar as fontes de informação, informa-se sem fontes ou sem se averiguar da seriedade das mesmas. Uma vergonha o que se está passando entre nós.

Há gente maculada e amachucada para toda a vida pela irresponsabilidade informativa. E desculpas não curam chagas.

Devemos à comunicação social a descoberta de muitas vergonhas que era preciso denunciar. Mas esta verificação não desculpa quem acha que vale tudo, mormente se está em mente vender papel ou conquistar publicidade em virtude das audiências.

A comunicação social é uma arma perigosa. Não pode andar por mãos irresponsáveis.

Na política, na religião, no futebol, os casos aumentam. Uma desconfiança ainda não provada logo gera um arguido, um culpado, um criminoso a abater.

Será que os fazedores de leis ainda não se aperceberem disto? Ou será que o clima de anarquia ética traz vantagens a alguém?

 

 


Editado por Fernando Martins | Sábado, 10 Abril , 2010, 22:24

 

 

Passos Coelho propõe unidade,

convidando adversários dentro do partido

 

Escrevi aqui, há tempos, que não via nos três candidatos à liderança do PSD carismas para  criarem a unidade no maior partido da oposição. Mantenho a mesma opinião, apesar de Passos Coelho estar, neste congresso, a lutar pela unidade, num cerrar de fileiras para chegar ao poder.

Ainda as decisões do congresso não estão aprovadas e já se prega a diferença em relação ao líder, debaixo do sofisma de não alinharem em unicidade.

O que importa na democracia portuguesa, que se pretende saudável,  é que se construa uma alternativa credível e estável ao poder, para se ter mais confiança no futuro.

Excluída que está, nos horizontes próximos, uma fuga ao modelo social-democrata que nos tem governado, já que os portugueses são radicalmente conservadores, no sentido de recusarem mudanças radicais, temos de convir que o poder se vai repartindo pelos dois maiores partidos políticos, com o CDS-PP a servir de charneira.

Sendo assim, urge acreditar que o PSD consiga refazer as suas lideranças, apresentando-se ao eleitorado com uma direcção que garanta estabilidade. Se as guerras internas continuarem, ficaremos numa situação delicada, com o PS a sentir-se o único dono, que tudo pode fazer a seu bel-prazer.

 

FM

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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 06 Abril , 2010, 18:12

 

 

Inês Oliveira, realizadora de cinema, disse hoje no jornal i que «Portugal precisa de tudo menos de ideias, nisso já somos ricos. Precisamos é de falar abertamente do que pensamos e sentimos e arcar com as consequências. É preciso pôr em prática.»

 

Pois é verdade. Falamos demasiado para dizer pouco ou nada. Há certos políticos e comentadores encartados que, mal abrem a boca, já sabemos o que vão dizer. Nada de especial.

Às vezes, quando tenho pachorra para olhar para a TV, até me rio. Raramente concordam com uma ideia de qualquer político ou adversário, que não inimigo. como costumam tratar-se.

E passamos a vida nisto. Será que os nossos governantes não conseguem chamar de vez em quando gente sábia nas várias áreas do conhecimento para se saber o que pensa?

Por exemplo: Será que o primeiro-ministro só ouve os camaradas do seu partido? Não seria bom conversar com políticos de outros quadrantes ou até independentes? Não seria útil falar com gente simples para ficar a conhecer as dificuldades de quem nunca tem vez  nem voz?

 

FM

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Editado por Fernando Martins | Sábado, 13 Março , 2010, 13:51

Será que têm postura de Estado?

 

 

Não costumo meter-me na política partidária pela simples razão de que não tenho temperamento para isso. Sou independente, mas não indiferente.
A posição dos nossos partidos políticos tende a degradar-se. No princípio da nossa democracia, olhávamos para os dirigentes partidários com respeito e admiração, porque se apresentavam ou tinham postura de Estado. Eras personalidades maduras nas convicções, nas ideias e projectos que propunham, na condução proficiente dos militantes, na atenção com  que se  impunham ao comum das pessoas.
Para não perder mais tempo, veja-se o que se passa com os líderes partidários actuais: uns não oferecem garantias pela demagogia que os enforma, outros mostram debilidades culturais e sensibilidades estranhas e outros não passam de aprendizes de feiticeiros.
Vamos agora olhar para os candidatos à chefia do PPD/PSD (como Santana Lopes diz, para afirmar o tempo de Sá Carneiro). Será que algum deles tem postura de homem de Estado que possa merecer atenção e respeito dos portugueses? Será que algum deles tem capacidade para nos levar a sair da situação de crise em que nos encontramos? Pelos vistos, não. Tanto assim que as últimas sondagens dão a vitória a Sócrates, apesar de tantos ataques, justos ou injustos, que lhe são feitos.
 
FM
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