de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 26 Novembro , 2008, 11:46

“O Vocabulário Marítimo Português
e o Problema dos Mediterraneísmos”


Como já neste espaço anunciei, com a certeza de que voltarei ao assunto, Ana Maria Lopes vai lançar, no Museu Marítimo de Ílhavo, no próximo sábado, 29, pelas 17 horas, mais um livro, com ligações ao Mar, tema de paixões da autora. Intitula-se ele “Regresso ao Litoral – Embarcações Tradicionais Portuguesas”.
Tenho tido o privilégio de conversar com Ana Maria Lopes sobre estas questões para perceber a riqueza dos seus conhecimentos sobre matérias marítimas, e não só. De tal modo que o seu blogue, que visito com frequência, foi baptizado com o expressivo nome de Marintimidades. Ou seja, um nome que nos remete para as suas intimidades com ligações profundas ao oceano, ou não se reflectisse ele nos olhares de todos os ílhavos, de que a autora é paradigma. Sobretudo quando se fala das influências que o mar exerce nas gentes daquela terra maruja.
Mas antes de falar desse trabalho que a envolveu durante bastante tempo, numa busca constante de tudo quanto diz respeito às embarcações tradicionais da nossa costa, permitam-me que lembre, hoje e aqui, uma outra obra de Ana Maria Lopes – O Vocabulário Marítimo Português e o Problema dos Mediterraneísmos –, publicada em 1975, surgindo em 2.ª edição, facsimilada, em 2006, sob a responsabilidade dos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo.
Este livro, que é a dissertação de licenciatura em Filologia Românica de Ana Maria Lopes, apresentada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em Janeiro de 1970, oferece um repositório precioso de vocábulos e expressões que corriam o risco de se perder no tempo. Com o rigor da recolha e investigação feitas pela então jovem autora, a obra dá, a quem a lê, o prazer de voltar ao linguajar dos nossos antepassados que mourejavam no nosso mar, mais ao largo ou mais em terra. E sendo certo que uma boa parte do trabalho publicado se destina a estudiosos de ciências linguísticas e náuticas, não deixa de ser interessante que pessoas como eu, pouco dadas a rigores fonéticos e a termos técnicos deste domínio, sintam um grande prazer na leitura daquele livro.
Com ilustrações, a preto e branco, e grafismos elucidativos, com redes, alfaias e barcos diversos, de meu directo conhecimento, uns, e meus ilustres desconhecidos, outros, esta obra da autora ilhavense merece ser mais conhecida e mais apreciada pelas gerações actuais, em especial pelos que se dispuserem a colaborar na preservação do nosso passado colectivo.
Olhando para os seus quatro capítulos, com a atenção devida, reconhece-se o esforço meritório de Ana Maria Lopes, numa altura em que talvez não fosse muito frequente ver uma jovem andar de terra em terra nas pesquisas eruditas que ousou empreender, mostrando, no que fez, uma paixão digna de nota.
No capítulo I, o leitor entra em contacto com vários tipos de barcos, costeiros e do alto, e de apetrechos para diversas funções. No Capítulo II, os processos de pesca, com aparelhos e sistemas, mais venda e transporte de peixe. No Capítulo III, dedicado ao confronto entre o litoral algarvio e a costa ocidental, registamos o Portugal com costa de alguns contrastes. Por último, no Capítulo IV, temos a relação entre Portugal e o Mediterrâneo, com índices que ajudam na procura dos temas a ler. É que, para quem gosta de fazer uma leitura, sem pressas, talvez dê jeito começar à cata de um ou outro assunto, segundo o apetite da ocasião.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 26 Novembro , 2008, 11:19

Os Bispos católicos da Europa e da África lançam um apelo às suas comunidades para que sejam “ainda mais acolhedoras em relação aos irmãos estrangeiros, reconhecendo o valor e o contributo que os imigrantes trazem aos países de acolhimento”.

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 26 Novembro , 2008, 11:03

O Gentleman


Quando se cruzava com a teacher, nos longos corredores da Escola, com um sorriso amistoso, saudava-a, sempre, de forma cordial! Era um rapaz entroncado, rondando os 16 anos e que finalizava, nesse ano, a sua frequência, naquela Escola E.B 2/3.Já não era seu aluno, mas a delicadeza de maneiras, o fino trato, o cavalheirismo arreigado, não o tinham abandonado. E os seus olhos verdes, a fazer estremecer corações, à sua volta, num raio bem alargado da zona escolar? As meninas pululavam como abelhas, em volta de uma flor viçosa, colorida e cheia de fragrância. Era o Julinho, carinhosamente apelidado pela teacher, que, à semelhança de um outro Júlio, sexólogo proeminente da nossa praça, também a cativara pela diferença! Sim, que a monotonia da má educação, da boçalidade, da ignorância, também cansam e desgastam.
Um dia, na sala de informática, em substituição de um outro professor, a teacher deparou com esta cena... ternurenta e… tão frequente em meio escolar. Em frente do PC, as imagens sucediam-se, no display, a um ritmo acelerado, captando a atenção do aluno. Sim, digo do aluno, pois foi essa a primeira impressão deixada! Com efeito, ali estavam duas cabecinhas jovens, tão coladinhas, tão empolgadas uma com a outra, que a teacher não ousou interromper aquele idílio! Estavam na idade dos sonhos, das ilusões, do melhor da vida. Como bem os compreendia aquela teacher! Sim, porque ela também sonhava! Por isso se sentia jovem. “Uma pessoa só envelhece, quando os sonhos dão lugar aos lamentos” - ouvira alguém dizer.
Apenas comentou, no final da aula:
- A tua colega é muito bonita, não é Julinho?
Um sorriso cúmplice espraiou-se no rosto… daquele aspirante a Gentleman!
A teacher cogitou:
- Il n'est pas bon que l´homme soit seul! Lá dizia a Bíblia!
Mª Donzília Almeida
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