de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 08 Dezembro , 2006, 12:30


PADRE LÉ,
O DECANO DOS PÁROCOS
DO ARCIPRESTADO
DE ÍLHAVO


O Padre Manuel Ribau Lopes Lé conta já com uma longa e preenchida história de 84 anos.
Nascido a 4 de Agosto de 1922, na Gafanha da Nazaré, Concelho de Ílhavo, seus pais, José Lopes Júnior (ou José Lopes Lé) e Teresa de Jesus Ribau, cedo lhe ensinaram a mestria do trabalho da lavoura.
Sendo o seu pai marnoto, dele recebeu os segredos dessa arte (ofício), acompanhando-o até aos 14 anos de idade.
Uma vez concluída a instrução primária, na Escola do Sr. Prof. Oliveira, na Gafanha da Nazaré, iniciou em 1936 a frequência de vários seminários, num percurso trilhado durante 11 anos. Integrou o Seminário da Imaculada Conceição de Figueira da Foz (sua abertura), de 1936 a 1937. De 1937 a 1939 encontrou-se no Seminário Maior de Coimbra. De 1939 a 1943, foi o Seminário de Aveiro (abertura pela restauração da Diocese), o seu local de formação. Para terminar este percurso, estudou no Seminário de Cristo Rei dos Olivais, de 1943 a 1947.
A sua ordenação sacerdotal aconteceu a 20 de Setembro de 1947, no Bunheiro, pelo Sr. D. João Evangelista de Lima Vidal, na Vigília de S. Mateus, iniciando a sua actividade sacerdotal 8 dias depois, ao celebrar a Missa Nova, na Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré, sendo na altura Pároco o conhecido Padre Guerra.
Durante 5 anos, o Padre Lé foi coadjutor, no Bunheiro, com o Sr. Padre Domingos da Silva e Pinho e paroquiou as freguesias de Préstimo e Macieira de Alcoba, do arciprestado de Águeda, durante outros 5 anos.
No dia 28 Outubro de 1957, no Domingo de Cristo Rei, o Padre Lé regressa às origens, tendo sido nomeado Pároco da Gafanha da Encarnação, onde exerce a sua actividade pastoral, numa relação de proximidade com a Comunidade.
O rodar natural e inexorável do tempo não lhe apaga o gosto pelo exercício Sacerdotal, sendo actualmente, no Arciprestado de Ílhavo, o decano dos Padres em exercício de funções.
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In "Viver em", edição da CMI

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Nota: O Padre Lé, que todos os gafanhões conhecem, tem sido, para mim e para muitos, um exemplo de vida ao serviço da Igreja. Conheço-o desde sempre e não posso deixar de recordar quanto tanta gente lhe deve. Pelo seu exemplo de fé e pelo seu dinamismo que lhe dá ânimo para continuar à frente da paróquia que adoptou como parte integrante do seu ministério. Por isso, esta adenda, muito pessoal, ao texto elaborado pelos responsáveis de "Viver em", como homenagem a um homem que sempre procurou servir a comunidade com total entrega ao Povo de Deus que lhe foi confiado. Pessoalmente, permitam que acrescente, ainda, a gratidão que nutro por este sacerdote que há anos muito me acompanhou de perto, quando eu procurava uma felicidade mais completa.

Fernando Martins




Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 08 Dezembro , 2006, 12:27
MAIS VIAGEM
DO QUE PORTO

Ouvi há dias, na inauguração da nova Residência dos Professores, gente de várias idades fazer coro afinado e entusiasta numa canção que abre caminhos para quem pode ter a tentação de pensar, com o avançar do anos, mais em comodidade, que em novos sonhos e projectos. “Viver é mais viagem do que porto”, assim se cantava. A canção continuava advertindo sabiamente os distraídos e os menos corajosos: “Ai de quem só vê na idade apenas tempo/ Ai de quem olha para o espelho e só vê rosto…” Ao terminar esta cerimonia inaugural, o coro da Academia dos Saberes, com muita gente aposentada, entoou cânticos lindos a mostrar que a vida também afina gargantas quando os corações estão vivos e sensíveis à beleza e ao bem.
Também ouvi a Presidente Nacional da Associação, que já conta oito décadas de uma vida cheia de entusiasmo e esperança, citar alguém de nome que dizia que onde termina o encantamento ante a beleza e o bem, é sinal de que também terminou a vida.
Há uma salutar e benéfica contracorrente na sociedade que procura, ao arrepio de um mundo de interesses onde só conta o poder e o dinheiro, mostrar que há patrimónios adquiridos ao longo de anos de trabalho persistente, que não podem menosprezar-se. Entre estes está o património da idade, que é sabedoria acumulada na escola da vida, capacidade escondida para coisas novas, cadinho de esperança viva e fecunda, cátedra aberta de um saber que escasseia ou se transferiu para outros saberes de utilização imediata, mas saberes efémeros em relação ao que a vida pede e nunca dispensa.
Tenho dito, de muitos modos, que em cada idoso que lutou e venceu, por vezes em situações bem difíceis, reside um mundo de sabedoria que as bibliotecas não comportam, nem se ensina nas melhores universidades. A escola da vida, hoje, por vezes, empobrecida de valores e impeditiva de estímulos para poder crescer por dentro, é aquela que verdadeiramente forma pessoas sérias, honestas, colaborantes e sensíveis e as enriquece de critérios válidos e consistentes. Na escola da vida, os comportamentos ditavam as leis, os princípios davam rumo às relações mútuas, as coisas eram como eram e não como convinham que fossem, a chave na porta dava sentido à solidariedade e tom ao acolhimento fraterno.
“Estão a estragar a vida” desabafava alguém à procura de uma palavra de estímulo, por ver que, depois de anos de luta, os seus filhos mais queriam os caminhos aliciantes que a sociedade consumista e hedonista propicia, que aqueles que cada um vai abrindo com o seu esforço e ajuda de outros e ainda com as certezas interiores que os norteiam e confortam.
A vida não é porto de chegada e de repouso, mas estímulo a caminhar sempre mais. A sabedoria dos vivos assim ensina, porque da dos mortos já nada se pode esperar. Tantos idosos que estão empurrando a vida, a sua e a dos outros! Tanto voluntariado generoso de gente que já podia descansar, mas descobriu, por sorte sua, que fazer bem é na vida um estimulo a viver mais e melhor e por isso continuam em viagem, descobrindo riquezas próprias e de outros que nem imaginava! Só sabe o valor da vida quem faz dela viagem até ao fim, para que o seja para além do fim.
Ouve-se dizer a miúdo, em ar de conselho para convencer: “Já é tempo de descansar”. É tempo é de viver de outro modo, com horizontes novos mesmo que sejam os de sempre. Que pena tenho dos idosos que, meio adormecidos, só esperam a morte, sem que alguém lhes espevite o amor pela vida e o modo de a tornar útil. Há que continuar a pedir a quem sempre deu. Dispensar de ir mais longe é cortar asas, porque o mistério da vida é sempre uma revelação contínua, cheia de novidades e surpresas impensáveis.

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 08 Dezembro , 2006, 12:23

Colectiva de Natal
na Vera Cruz


A Galeria Vera Cruz, situada no largo da Apresentação, em Aveiro, tem patente ao público, até 31 de Dezembro, uma Exposição Colectiva de Natal.Esta mostra apresenta trabalhos dos artistas António Neves, Coque, Damião Porto, Graça Morais, Guilherme Parente, João Cutileiro, João Figueiredo, Júlio Pires, Júlio Resende, Mário Portugal, Noronha da Costa, Rogério Amaral, Thierry Ferreira e Zé Augusto Castro, e ainda obras do próprio acervo da galeria, assinadas por Albino Moura, Alfredo Luz, Bual, Cargaleiro, Cruzeiro Seixas, Fernando Gaspar, Mora Urgeiro, Paulo Ossião, Ricardo Paula, entre outros.

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 08 Dezembro , 2006, 11:37

GAFANHA DA NAZARÉ
ÀS ESCURAS

Ontem a Gafanha da Nazaré esteve quase toda às escuras. Às escuras e não só. A falta de energia eléctrica paralisou meio mundo desta cidade que virou aldeia do século passado, daquelas que se alumiavam à luz da vela. Segundo as funcionárias da EDP, a avaria, detectada mas não explicada, teria reparação concluída em data indeterminada... o que deixou em pânico muita gente. E mais não podiam dizer porque não sabiam e quem se quisesse queixar que o fizesse por escrito junto da administração.
Dos meus contactos fiquei a conhecer alguns pequenos dramas que a modernidade provoca. Já imaginaram uma senhora que ficou sem conseguir sair de carro, porque o portão, automático, não abria? E lá teve ela de ir a correr para o emprego, onde chegou toda molhada! Como "uma ursa", no seu dizer engraçado. Sim, que estas coisas também têm o seu quê de cómico!
Mas nem tudo é mau. Estas faltas de energia, que bloqueiam tudo quanto funciona em casa, obrigam-nos a recorrer às formas mais antigas de sobrevivência, como é a de fazer torradas sem a torradeira eléctrica!
Outra coisa boa foi o serão que as famílias puderam vivenciar. Sem televisão, sem rádio, sem leitores de DVD e sem Internet, toda a gente foi obrigada a conversar. Cá por casa, nem imaginam as estórias que foram recordadas à luz das velas. Nem sei quantas se acenderam... As chinesas é que se gastam muito depressa. Mas até isso foi motivo de conversa, ou não fosse a imaginação da China apreciada, na luta que tem travado para sair do fosso económico em que tem estado. Que as sociedades ocidentais se cuidem!!!
Recordações de infância, férias gozadas a fazer campismo, vidas de gente que sobreviveu sem necessitar da luz eléctrica, estórias que levaram os gafanhões a criar uma cooperativa para distribuição da energia mágina que marcou o século XX, por estas bandas, já que os poderes instituídos não tinham nem capacidade nem vontade para olhar, com olhos de ver, para esta terra em franco crescimento, de tudo um pouco se falou, porque a EDP, se calhar, se esqueceu de que a cidade da Gafanha da Nazaré deu um pulo enorme nos últimos anos.
Bonito, no fim de tudo, seria que todos fizessem esta experiência de quando em vez, mesmo que não falte a electricidade. Vamos a isso?
Só mais uma palavrinha: se o homem que muito contribuiu para a criação da freguesia da Gafanha da Nazaré, em 1910, e que foi seu primeiro pároco, o padre João Ferreira Sardo, na imagem, viesse agora ao mundo, decerto ficaria zangado com muita gente, porque uma cidade como esta, com tanto comércio e indústria, não merece tais descuidos da EDP.
Bom 8 de Dezembro, com muita luz, são os meus votos para hoje.
Fernando Martins

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