de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Maio , 2006, 21:08

Cavaco Silva quer
"insuflar um
novo espírito
de solidariedade"
na sociedade

O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje a necessidade de "insuflar um novo espírito de solidariedade" na sociedade portuguesa para minorar as situações de exclusão social no país.
"É preciso insuflar um novo espírito de solidariedade na sociedade portuguesa e mostrar as boas práticas que têm vindo a ser seguidas para atender às carências dos mais desfavorecidos", disse Cavaco Silva, ao dar início, em Reguengos de Monsaraz, ao segundo e último dia do “Roteiro para a Inclusão” e contra a pobreza.
Cavaco Silva lembrou alguns dados que ilustram a exclusão em Portugal - "ainda ontem estive num concelho [Alcoutim] com 500 idosos por cada 100 jovens" - e manifestou o seu desejo de "aprender mais" para poder agir a partir de Belém. "Estou aqui para aprender mais. Acho que o Presidente da República deve conhecer bem a realidade do seu país. Só assim pode actuar", declarou.
O chefe de Estado vincou depois que as realidades da exclusão, do envelhecimento e do êxodo contínuo do interior colocam os responsáveis políticos perante "especiais responsabilidades".
O primeiro Roteiro para a Inclusão conclui-se em Vila Velha de Ródão, com a inauguração da Casa de Artes e Cultura do Tejo e a inauguração de duas exposições: Arte Rupestre do Vale do Tejo e Tapeçarias de M. Cargaleiro.
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Fonte: PÚBLICO on-line

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Maio , 2006, 20:59


Lições de Bento XVI
em Auschwitz discutidas
por todo o mundo


Dois dias depois da passagem de Bento XVI pelo campo de concentração nazi de Auschwitz, continuam vivas as discussões sobre as suas palavras no local de morte, onde procurou a reconciliação com todos os que sofreram os horrores do regime de Hitler.
A visita do Papa ao antigo campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau foi saudada pelo grande rabino da Polónia, Michael Schudrich, descrevendo-a como “um grande momento no processo de reconciliação” entre cristãos e judeus. Bento XVI denunciou a Shoah (Holocausto), não deixando de confessar que, “para um cristão e para um Papa alemão”, era difícil exprimir-se no cenário central do genocídio dos judeus da Europa.
Mais de um milhão e 100 mil pessoas foram mortas em Auschwitz-Birkenau entre 1940 e 1945.
Apesar de, como lembrava o jornal católico francês “La Croix”, Bento XVI ter sido bastante mais explícito na condenação da Shoah do que João Paulo II, jornalistas e analistas esperavam do Papa uma palavra mais forte sobre as responsabilidades dos alemães – tendo atribuído o genocídio a um “grupo de criminosos” que utilizou o povo alemão como “instrumento da sua sede de destruição e de poder”.
Para entender estas palavras, é preciso levar em conta que o Papa falou para muitas pessoas: o povo polaco, os judeus, os ciganos e os próprios alemães. Uma das lições da sua passagem por Auschwitz é que a reconciliação se faz com todos.
O Pe. Peter Stilwell, director da Faculdade de Teologia da UCP e responsável pelo Departamento das relações ecuménicas e do diálogo inter-religioso do Patriarcado de Lisboa, destaca a presença de representantes de várias comunidades, em Auschwitz, lembrando os vários grupos que sofreram os horrores do nazismo. “Ele não reduziu Auschwitz à comunidade judaica, evocou a comunidade dos ciganos, os polacos – um povo que foi dizimado -, os russos e os próprios alemães que morreram ali, considerados como lixo”, lembra.
A referência à comunidade judaica, em especial, ficou marcada pela "dimensão teológica" que esteve presente na perseguição, que tinha em vista "eliminar aquilo que o Judaísmo representa como testemunho de uma revelação, de uma exigência ética que permanece nos nossos tempos".
A questão do “silêncio de Deus” durante o genocídio foi particularmente destacada. O director da FT lembra que esta é “uma questão clássica na discussão teológica”, à qual Bento XVI dá uma resposta particular: “essa interrogação, dirigida a Deus, deve incidir também no nosso coração, para despertar aí essa presença divina no íntimo de cada um”.
“A resposta, de certo modo, começou a ser dada, na medida em que tem surgido, sobre as trevas deste horror, a estrela da reconciliação”, acrescenta o Pe. Peter Stilwell.
Bento XVI quis deixar, assim, "um desafio à actual Europa, para que não esqueçam que os grandes valores humanos são essenciais à sua construção" e para as consequências dramáticas desse esquecimento, como se pode ver em Auschwitz.
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Fonte: Ecclesia

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Maio , 2006, 20:53

Desemprego e integração
dos imigrantes
são os principais problemas


A Comissão dos Bispos Católicos da UE (COMECE) manifestou hoje o desejo de que a justiça social aumente nos Estados-membros, lembrando que "o desemprego e a integração dos imigrantes" são os principais problemas, neste momento.
Representantes de doze dos episcopados estiveram hoje reunidos em Bruxelas para um dia de estudo sobre as prioridades do debate ético e social. "Confrontados com os desafios das mudanças demográficas na Europa e da globalização, a discussão foi marcada pela questão de como poderá a UE chegar a uma protecção social eficiente e sustentável para os que estão em necessidade, enquanto elemento do modelo social europeu", refere o comunicado final do encontro.
Debatendo o tema "Estratégia de Lisboa e Europa social", os Bispos encontraram-se com o comissário para a política social e de emprego, Vladimir Spidla. A COMECE pediu "uma atenção especial para saber que incentivos podem ser dados aos empresários, para que aceitem a suas responsabilidade social de forma global".Como última nota, os Bispos pedem que, respeitando o princípio da subsidiariedade, se trabalhe a nível europeu "para fortalecer a família e o matrimónio".
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Fonte: Ecclesia

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Maio , 2006, 11:52

O Espólio
Cinematográfico



As principais funções da Cinemateca Portuguesa - a conservação e divulgação de filmes - tem vindo a ser cumprida de uma forma bastante eficiente. Nas salas Félix Ribeiro e Luís de Pina, na Rua Barata Salgueiro, sucedem-se os ciclos cinematográficos e algumas antestreias de obras nacionais, o que, por vezes, representa a única projecção por estas conseguida. Paralelamente, em Bucelas, a secção ANIM (Arquivo Nacional de Imagens em Movimento) procede à recuperação de cópias de filmes, muitas vezes obras de grande qualidade que se encontravam quase perdidas, algumas ainda em suporte de nitrato (material de mais difícil conservação e altamente inflamável).
Mais que a quantidade importa conservar a qualidade, nem tudo merecendo o custo da conservação em cofres especialmente ambientados para uma prolongada permanência de películas cinematográficas.
Por outro lado, os múltiplos filmes estreados no circuito comercial, vêem as suas cópias destruídas quando terminados os poucos anos de direitos de exibição. A alternativa prevista na Lei - doação de uma cópia à Cinemateca - já fora adoptada pela 20th Century Fox, por iniciativa de Fimes Castello Lopes, ou melhor, de José Manuel Castello Lopes. Em data recente a Columbia Pictures seguiu o exemplo do seu concorrente, tendo assinado um protocolo entre a director-geral da distribuidora em Portugal, João Cameira, e o presidente da Cinemateca, João Bénard da Costa.
Dois problemas se põem agora: como rejeitar alguns trabalhos menores sem ferir o espírito do acordo com a Columbia (de que desconhecemos o texto); como estender o mesmo processo a outras produtoras, não só americanas mas de muitas outras origens, especialmente europeias.
Alargar o sistema é o passo essencial, tendo sempre em conta que há um limite do número de cópias arquiváveis. Deverá haver sempre um critério rigoroso na sua escolha.

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Maio , 2006, 10:37


Lei e natureza



É UMA PERGUNTA difícil: em que ponto se estabelece o limite para o que não é natural, no que respeita à vida humana? E não tem seguramente uma só resposta. Mas, se fosse possível estabelecer esse ponto, teríamos uma resposta fácil a questões como a reprodução medicamente assistida, o aborto, a adopção de filhos por homossexuais, a clonagem e uma série de outras técnicas ou métodos cujo desenvolvimento acarreta uma série de efeitos secundários imprevisíveis (e, provavelmente, a muito longo prazo) a par de uma enorme quantidade de benefícios visíveis e imediatos.
Sinceramente não sei responder. Mas espanta-me que os partidos saibam, e o saibam não consoante a consciência de cada militante, mas, salvo raras excepções, de acordo com a facção. Ou, dito de forma mais directa, admira-me que os «partidos de esquerda» (PCP e BE, segundo o «Público») defendam o acesso de mulheres sós à reprodução medicamente assistida, ao passo que os partidos não-de-esquerda (presumo que todos os outros) acham que não. E surpreende-me que a Associação Portuguesa de Infertilidade diga que a lei, deste modo (como a não-esquerda impôs), seja inconstitucional.
Se os partidos mais liberais fossem a favor de cada um fazer a sua vontade e os de esquerda reclamassem regulamentação do Estado, teríamos uma extensão, por assim dizer, das suas visões habituais de sociedade. Mas acontece que nestes casos se dá o contrário. Os partidos mais liberais regulam e os que passam a vida a reclamar Estado querem desregular - se uma mulher só quer um filho e é infértil, que o tenha. O Estado, afirmam, nada tem a ver com o facto de a mulher ser casada, unida de facto ou solitária. A lei pode substituir-se à natureza, porque só ninguém tem filhos.
É interessante verificar este facto, embora dê por certo que quase ninguém o vai achar relevante. Actualmente desistiu-se de pensar sobre as consequências das ideias.
UMA MULHER infértil, só, sem marido nem companheiro estável, com mais de 18 anos, desde que mentalmente saudável, deve poder recorrer à Reprodução Medicamente Assistida. Eis o ponto da esquerda! Mas porquê da esquerda? Do ponto de vista da esquerda uma mulher sozinha tem de ser igual a mulher casada ou unida? Deve ser encorajada a ter filhos porque, solitariamente, o decidiu? É isto que demarca a esquerda da direita? É esta a ideia de igualdade? A de que todas as mulheres com mais de 18 anos devem ser iguais - ponto final - e não queremos saber das condições familiares em que ocorre a natalidade? Mas, nesse caso, uma rapariga de 18 anos, se for fértil e mentalmente saudável, deve ser educada no pressuposto de que é indiferente ter ou não ter família? Devemos transmitir-lhes que a ideia da gravidez é diferente da ideia da estabilidade familiar? Se ninguém - nem a «esquerda» educa assim as suas filhas por que se propõem leis destas?
Todas estas perguntas parecem ridículas, mas a vida é inesperada e o futuro é-o ainda mais. Não é possível enquadrar a vida de cada um em categorias iguais, nem legislar como se cada pessoa fosse uma peça ou uma máquina exactamente cópia de outra.
Não sei a resposta à pergunta inicial - em que ponto se estabelece o limite para o que não é natural, no que respeita à vida humana? - mas sei que a única possibilidade de avançar neste campo é tentar evitar erros e andar com muita, mesmo muita prudência.
hmonteiro@expresso.pt

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