de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 29 Maio , 2006, 22:31



A ironia
e a evidência


"Para lá da polémica, sobra a verdade - esta, inquestionável - das consequências: o livro "O código da Vinci" e o filme nele baseado não trouxeram qualquer novo contributo para a Teologia ou para a História. Nada"
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Com a perspicácia de uma escrita apelativa e um enredo à volta de um tema que mexe com todo o ser pensante - o "inexplicável" religioso -, Dan Brown teve, no entanto, o mérito de reforçar na praça pública, para o comum dos mortais, o debate sobre os dramas de uma ancestral reflexão, até há poucos anos enclausurada nas academias.
O livro apresentou-se como "história alternativa" para fazer vacilar os alicerces do poder da Igreja, centralizado em Roma. O filme é apenas "entretenimento". E, passada a poeira do primeiro impacto, sobra uma reforçada curiosidade sobre o tema.
Num tempo em que tudo se discute e as verdades outrora adquiridas resvalam na incerteza, a polémica desencadeou a maior campanha de promoção do cristianismo.
Nunca se falou tanto - sem complexos e retomando as dúvidas que assolaram os primeiros evangelizados - sobre Jesus, Maria, Madalena…
Os meios de comunicação social de todo o mundo, impulsionados e ao mesmo tempo promotores da polémica, multiplicaram reportagens, documentários e debates sobre a historicidade de Jesus e os enquadramentos de fé. De um momento para o outro, os meios de referência despertaram para um debate sem tréguas ou respostas definitivas, aumentando o alcance da dúvida e suscitando um maior interesse.
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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 29 Maio , 2006, 20:51
Jovens católicos (Foto de arquivo)

Número de católicos em todo
o mundo aumentou
45 por cento em 25 anos


O número de católicos no mundo aumentou 45 por cento de 1978 para 2004, atingindo neste ano um bilião e 98 milhões de pessoas, mas a Europa, incluindo Portugal, viu decrescer ligeiramente a influência da Igreja. Os números foram este mês divulgados pela Secretaria de Estado da Santa Sé, através do Departamento Central de Estatística, que faz uma análise da evolução da Igreja Católica até 2004.
Se o catolicismo cresceu sobretudo em África e na América e representa hoje 17,2 por cento da população mundial (89,8 dos portugueses), acompanhando o aumento dessa população, na Europa houve um crescimento mais reduzido, com Portugal a acompanhar essa tendência.
Entre 1978 e 2004, na Europa os católicos baixaram de 40,5 por cento da população para 39,5 por cento. Há agora na Europa quase 279 milhões de católicos, um aumento de 12 milhões em relação a 1978.
Situação muito diferente em África, onde o número de católicos quase triplicou, passando de 55 milhões em 1978 para os actuais 148,8 milhões. Na América (549 milhões em 2004, 62 por cento) esse aumento foi de 49 por cento e na Ásia (113,4 milhões, três por cento) de 79 por cento.
Em Portugal, embora tenha aumentado entre 1999 e 2004 o número de centros pastorais (de 6.801 para 7.131) baixou o número de católicos por cada centro, de 1.349 em 1999 para 1.316 em 2004. Comparando 2002 com 2004 verifica-se que aumentou também em cada ano o número de sacerdotes, chegando-se a 4.377 em 2004 (mais 19 do que em 2003 e mais 45 do que em 2002).
Entre 2001 e 2004, tendo em conta nomeadamente as mortes de sacerdotes diocesanos e as ordenações, Portugal teve sempre uma variação negativa entre os 41 e os 54 pontos, muito diferente da evolução positiva tendo em conta os dados à escala mundial, o que mostra que foram muitos mais os novos padres que surgiram do que os que deixaram de o ser, por morte ou outros motivos.
O número de baptismos também baixou de 2001 para 2004, tendo ultrapassado os 100 mil (100.256) em 2001, para descer para 91.194 em 2002, para 88.156 em 2003 e para 86.096 em 2004.
Segundo os dados, Portugal tinha em 2004 um total de 10.450 milhões de pessoas, dos quais 9.388 milhões de católicos, uma percentagem de 89,8.
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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 29 Maio , 2006, 20:24

"É urgente evitar
que o idoso
morra na lama,
sem nada"

O Padre José Maia, antigo presidente da UIPSS (União das Instituições Particulares de Solidariedade Social e actual presidente da Fundação Filos, é um homem sem papas na língua. Fala sem complexos e diz verdades que muitos calam. No "PÚBLICO" de hoje volta à carga com a frontalidade que se lhe conhece. Diz ele: "Se o Estado gasta três milhões de contos para salvar um lobo, por causa do impacte ambiental [na construção da A24], porque não há-de gastar o mesmo com os idosos, por impacte humanitário? É urgente evitar que o idoso morra na lama, sem nada."
Na entrevista ao mesmo diário, adianta: "grande parte dos idosos têm casas abandonadas, sem dinheiro para as restaurar. Porque não há-de o Estado subsidiar a recuperação das casas, de forma a que os idosos possam receber o apoio dos vizinhos desempregados, que também seriam pagos pela Segurança Social?"
Defende, ainda, a criação de "Redes Comunitárias de Vizinhança", ao mesmo tempo que esclarece: "Sempre que um idoso não tem condições, vai, ou tenta ir, para um equipamento. Não. É preciso mantê-lo em casa, perto do mundo em que vive. Os equipamentos são para os doentes ou para as pessoas não autónomas."
F.M.

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 29 Maio , 2006, 11:43

Voluntariado
de apoio a idosos
no roteiro
de Cavaco Silva



Se há locais do país onde a comemora-ção de uma efeméride teve efeitos duradouros e que conseguiram ultrapassar o medo ao que é novo, Mértola está nesse mapa. E nele inscreveu um núcleo de voluntariado persistente, que há já quatro anos diariamente leva "o mundo lá de fora" a 70 idosos internados no lar da Santa Casa da Misericórdia.
Este é um dos projectos com os quais o Presidente da República irá tomar contacto e que foi incluído nas primeiras actividades desta espécie de Presidência Aberta de Cavaco Silva - a que prefere chamar roteiros -, em torno do tema da inclusão social.
"Foi em Dezembro de 2001, quando se comemorou aqui o Ano Internacional do Voluntário, que me lançaram o desafio de criar em Mértola um núcleo de voluntariado", conta Maria Fernanda Romba, ex-chefe de repartição na Câmara Municipal. "Eu tinha-me aposentado e no início fiquei assustada, tinha medo de começar algo que depois não durasse. Mas comecei a contactar pessoas e, em Março de 2002, o projecto arrancou. Hoje somos 36 voluntários activos", diz a voluntária número um da vila de Mértola que tem cerca de três mil habitantes.
"A maioria das pessoas que aceitaram fazer voluntariado tem entre 50 e 60 anos e alguns, até, mais. Eram as que tinham mais disponibilidade, porque ou se aposentaram ou estavam na pré-reforma. Isso foi uma mais valia para o projecto. Mas também temos gente mais nova: uma psicóloga, com 28, uma estudante que está a acabar o 12º ano, com 18, e uma doméstica com 30", acrescenta.
"O nosso papel é levar o mundo cá de fora às pessoas que estão internadas no lar da Santa Casa da Misericórdia, algumas delas acamadas e a maioria com pouca mobilidade. Para os que são autónomos, que são uma minoria, organizam-se passeios e outras saídas", explica Fernanda Romba.
O núcleo tem várias equipas de apoio - além das dez pessoas que ao todo prestam serviço no lar - entre elas uma que acompanha doentes em recuperação do Hospital de Beja, a par de outra que serve lanches aos doentes à espera de consultas, no centro de saúde de Mértola.
As populações idosas e o apoio que lhes é prestado preenchem boa parte do programa de Cavaco Silva, cuja primeira jornada deste ano começa em Alcoutim, onde o Presidente se informará também sobre os projectos de combate a um outro problema nacional: o alcoolismo, outra face da exclusão.
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Texto de Fernanda Ribeiro, no PÚBLICO
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